Oposição venezuelana garante que “nunca” pediu aos EUA que retirassem sanções pessoais
19 de maio de 2022
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na terça-feira que relaxará algumas sanções contra a indústria petrolífera venezuelana para facilitar o descongelamento das negociações políticas entre o partido no poder e a oposição na Cidade do México.
Mas um relatório da agência AP informou que o alívio das medidas contra o governo madurista incluiu também a retirada da lista de sancionados de um ex-diretor da petroleira estatal PDVSA e sobrinho da primeira-dama, Cilia Flores, identificado como Carlos Malpica Flores.
O parente da esposa de Maduro era tesoureiro nacional e vice-presidente de Finanças da Petróleos de Venezuela. Ele também chefiou o departamento de administração da chancelaria. O Panamá o sancionou em 2018 por considerá-lo uma figura de risco para lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
Os Estados Unidos, no entanto, o sancionaram por ter apoiado a criação da Assembleia Nacional Constituinte, considerada inconstitucional pelos partidos e governos antichavistas da América e da Europa, como a Casa Branca.
Os dois porta-vozes da Casa Branca que falaram com um grupo de jornalistas na terça-feira não confirmaram a veracidade daquela notícia sobre Malpica Flores, mas salientaram que as medidas referentes ao setor petrolífero tiveram origem a pedido de membros do governo interino do líder da oposição Juan Guaidó, que os Estados Unidos e outros 50 países reconhecem como o responsável.
Porta-vozes dos EUA enfatizaram que as decisões de Washington são "a pedido do governo interino venezuelano" e "em resposta" às negociações entre a oposição e o poder executivo de Maduro.
- Nada pessoal
Fontes dos partidos da oposição, que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a falar sobre o assunto, negaram que a oposição tenha pedido o levantamento de sanções individuais a qualquer funcionário.
“A Plataforma Unitária não solicitou a suspensão de nenhuma sanção pessoal. O resto (sanções setoriais ou petrolíferas) faz parte das decisões do governo dos Estados Unidos com o objetivo de restabelecer o diálogo no México”, assegurou um dos líderes políticos consultados.
Outro dos líderes do bloco de partidos contrários ao chavismo indicou que “nunca” propôs aos representantes do governo Biden que retirassem as sanções. No passado, a oposição venezuelana insistiu que a questão das restrições econômicas externas ao governo Maduro faz parte das políticas soberanas dos governos aliados, embora as endosse publicamente.
Horas depois de saber das medidas da Casa Branca sobre a Venezuela, os delegados-chefes do diálogo na Cidade do México anunciaram o início das negociações formais para reativar o processo, congelado desde outubro.
Fontes
- ((es)) Oposición venezolana asegura que “nunca” pidió a EEUU retirar sanciones personales — Voz da América, 19 de maio de 2022
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