Luanda, Angola • 8 de setembro de 2008

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A Missão de Observação Eleitoral da União Européia (EUEOM) disse hoje em Luanda que as eleições legislativas realizadas na sexta-feira em Angola (as primeiras em 16 anos) foram livres, transparentes e transcorreram sem violência ou intimidação.

A missão deve publicar seu relatório final em um prazo de dois meses. O documento apresentado hoje critica, no entanto, os erros de organização da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que obrigaram 320 colégios eleitorais a abrir novamente no sábado a fim de que os eleitores que não conseguiram votar no dia anterior fizessem isso. A União Européia enviou cerca de 100 observadores às eleições no país do sudoeste da África, realizadas sexta-feira e sábado.

Angola consolidou seu compromisso com a paz e deu um passo à frente para fortalecer a democracia com um alto percentual de eleitores e um processo eleitoral em calma (...) No entanto, (o pleito) evidenciou fragilidades organizacionais, inconsistências dos procedimentos no dia da votação e um campo desigual para os (partidos) participantes

Relatório da EUEOM

Um total de 2.254 centros de votação devia funcionar na sexta-feira em Luanda, mas apenas 1.934 abriram, enquanto outros só começaram a funcionar horas depois do horário marcado para o início do pleito. Houve problemas como falta de cédulas, urnas e outros materiais eleitorais, enquanto alguns colégios eleitorais não tinham sequer a lista das pessoas que poderiam votar.

A oposição (com 10 partidos políticos) denunciou o favoritismo da imprensa estatal para com o governista Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que teria recebido a maior cobertura durante a campanha eleitoral, especialmente em Luanda.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), o principal partido da oposição, se queixou ainda de que o MPLA recebeu mais fundos para a campanha que as demais organizações políticas.

Horas depois da missão européia dar legitimidade às eleições, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, aceitou os resultados depois que ultrapassou 80% da apuração, em declaração à imprensa.

A UNITA aceita os resultados das eleições e deseja ao partido vencedor que governe no interesse de todos os angolanos

Isaías Samakuva, líder da UNITA

Fontes