8 de abril de 2022

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A missão de paz das Nações Unidas no Mali, conhecida por seu acrônimo francês MINUSMA, exigiu que o governo militar do país conceda acesso à vila de Moura, onde grupos de direitos humanos e testemunhas dizem que o exército maliano e mercenários russos mataram centenas no final de março.

O principal enviado da ONU no Mali, El-Ghassim Wane, disse ao Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira que o governo militar do Mali negou o pedido até agora.

Wane disse no comunicado que a MINUSMA só foi autorizada a sobrevoar o local em 3 de abril e que era “imperativo” que as autoridades dessem acesso ao local, de acordo com seu mandato.

Em comunicado à imprensa na quinta-feira, a MINUSMA repetiu “profunda preocupação com as alegações de graves violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário” em Moura.

O exército do Mali em 1º de abril afirmou ter matado 203 “terroristas” durante a operação no final de março.

No entanto, a Human Rights Watch, em um relatório na terça-feira, citou testemunhas dizendo que o exército do Mali e combatentes estrangeiros identificados como russos mataram 300 civis, alguns deles suspeitos de serem combatentes islâmicos.

Bamako afirma que a Rússia enviou “instrutores” militares ao Mali para ajudar na luta contra os insurgentes islâmicos.

Mas os governos europeus e os Estados Unidos dizem que os russos estão com o Grupo Wagner, ligado ao Kremlin, que especialistas da ONU acusam de vários abusos, da Síria à República Centro-Africana.

Fontes