Agência Brasil

Rio de janeiro, Rio de janeiro, Brasil • 12 de maio de 2009

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

As escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembléia Legislativa do Rio de janeiro, no centro da cidade, foram cobertas, na manhã de ontem (11) por 17 mil pedras brancas colocadas sobre pó vermelho. O ato, chamado Cidadania Apedrejada, é mais um protesto realizado pela organização não governamental Rio de Paz, que usou as pedras para simbolizar o número de mortes violentas no estado nos últimos dois anos e quatro meses.

De acordo com o presidente do Movimento Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, mais de 2,2 mil pessoas foram assassinadas só neste ano, com uma média de 500 homicídios dolosos por mês. De acordo com dados oficiais, cerca de 2,5 mil pessoas morreram em confronto com a polícia nos últimos dois anos, enquanto 58 policiais foram mortos em serviço no período. Segundo Costa, os números mostram que a política de segurança pública atual é ineficaz.

“Não somos contra o confronto. Não achamos que a miséria justifica atos de barbárie. Contudo, acreditamos que não há necessidade de usar a força quando se pode usar a cabeça, de invadir quando não há intenção de ocupar. Queremos que a lei seja cumprida e que o valor incalculável da vida humana seja respeitado.”

Os pais do jovem William de Souza Marins, de 20 anos, morto após ser atingido na cabeça por um tiro disparado por policiais, em Bangu, zona oeste do Rio, participaram da manifestação. “Os policiais que assassinaram meu filho, que era músico de uma banda evangélica e inocente, ainda não foram punidos pelo crime. Já faz mais de um ano e nada foi feito. Queremos justiça e o fim da impunidade”, disse o pai do rapaz, Jaldenir Mataruna Marins.

Outro objetivo do movimento é coletar assinaturas dos deputados estaduais para exigir do governo do estado mais transparência nas políticas de segurança pública referentes à redução do número de homicídios e mais diálogo com representantes da sociedade civil. A manifestação vai até as 19h, quando os integrantes da ONG e parentes de vítimas acenderão velas e ficarão em silêncio durante cinco minutos.

Fonte