5 de fevereiro de 2017
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para o risco de países vizinhos ao Brasil apresentarem casos de febre amarela. A ocorrência da doença em animais em Roraima, que faz fronteira com a Venezuela; em Mato Grosso do Sul, vizinho da Argentina; e Paraná, próximo a Argentina e Paraguai, "representam um risco de circulação do vírus até esses países, sobretudo nas áreas com o mesmo ecossistema", diz boletim divulgado nesta sexta-feira (3).
Segundo a organização, nesses locais foram notificados casos em primatas não humanos. De um total de 1.202 primatas falecidos, 259 foram confirmados com febre amarela. Além das regiões fronteiriças, foram notificados casos em animais em Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Espirito Santo, São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
No Espírito Santos mais de 400 macacos foram encontrados mortos depois que os agricultores relataram um silêncio incomum na floresta. Biólogos alertam que espécies ameaçadas de extinção, como o muriqui, podem ser eliminadas, pois a vacinação só funciona em seres humanos.
A OMS diz, no entanto, que até essa quinta-feira (2), somente foram confirmados casos em humanos no Brasil. Colômbia e Peru registraram possíveis casos.
No Brasil, de acordo com o órgão, entre 1º de dezembro de 2016 e 2 de fevereiro, foram notificados 901 casos de febre amarela, dos quais 151 foram confirmados e 42 descartados. Os demais 708 casos suspeitos seguem em investigação.
A OMS recomenda que continuem os esforços para detectar, confirmar e tratar adequada e oportunamente os casos de febre amarela. Recomenda ainda que os países mantenham os profissionais de saúde atualizados e capacitados para detectar e tratar os casos. "A medida mais importante de prevenção da febre amarela é a vacinação", diz o boletim.
Fonte
- ((pt)) Lidia Neves (edição) e Mariana Tokarnia. OMS alerta para risco de febre amarela chegar a países vizinhos do Brasil — Agência Brasil, 4 de fevereiro de 2017
- ((en)) Jonathan Watts. Brazil on high alert as yellow fever threatens major cities — The Guardian, 2 de fevereiro de 2017
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