Buira, Argélia • 21 de agosto de 2008

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Dois novos atentados deixaram ao menos 11 mortos e 31 feridos na Argélia, um dia depois que uma explosão matou 43 e feriu 45 pessoas em uma academia de polícia no leste do país. Dois carros-bomba explodiram na cidade de Buira (sudeste de Argel, capital do país), informou a rádio pública do país.

A primeira bomba atingiu as barracas militares às 6h (2h em Brasília). A segunda explodiu em um hotel 15 minutos depois, atingindo um ônibus que passava em frente levando operários para uma construção, informou a APS. A maioria dos mortos estava no ônibus.

Segundo as primeiras informações, os 11 mortos são civis. Um dos carros-bomba atingiu um ônibus lotado no centro da cidade enquanto o segundo explodiu perto da área militar da cidade. O barulho foi ouvidos a centenas de metros.

Testemunhas citadas pelas agências internacionais afirmaram que após a primeira explosão o centro da cidade foi imediatamente isolado. A polícia não informou sobre o isolamento.

Nenhum grupo assumiu o novo atentado, mas acredita-se ser da Al Caeda Magreb, por usarem homens-bomba e carros-bomba no país.

O ministro do Interior, Yazid Zerhouni, reiterou a visão do governo de que os rebeldes estão sendo pressionados pelas forças de segurança.

Alvo

Os dois carros-bombas que explodiram na Argélia visavam um grupo de canadenses que trabalhavam na cidade de Buira (sudeste de Argel) e um comando militar local.

Segundo informações divulgadas pela agência argelina APS, quatro dos feridos eram militares. A agência, contudo, não confirmou a nacionalidade das vítimas e não deixou claro se entre elas estavam canadenses.

Análise

Os atentados a bomba de ontem sugerem uma mudança tática dos grupos rebeldes que haviam se especializado em emboscadas às forças de segurança em áreas remotas, dizem analistas.

"O mais radical dos grupos extremistas que defendem homens-bombas são responsáveis pelas operações me terra. Não há solução fácil para acabar com um homem-bomba. O único jeito é continuar o combate às fortalezas terroristas e lutar com eles lá. É uma corrida contra o tempo", disse o analista de segurança Mounir Boudjemaa, explicando os ataques.

Histórico

A violência cresceu na Argélia desde 2006, quando o último grande grupo extremista, conhecido pela sigla francesa GSPC se juntou à rede terrorista Al Qaeda (de Osama bin Laden) no norte da África. Nos últimos dois anos, o braço da Al Qaeda no país foi quem se responsabilizou por uma série de atentados na região.

Após o atentado da terça-feira (19), no leste do país, a polícia afirmou que poderia ter sido um retaliação, à emboscada feita pelo Exército, que terminou com a morte de 12 extremistas. Há mais de um ano, o governo aumentou o cerco a grupos islamitas no país. No dia 10, a explosão de um carro-bomba em Zemmouri, também a leste de Argel, provocou a morte de seis policiais.

Fontes