21 de fevereiro de 2021
O nigerinos votaram, neste domingo, 21, na segunda volta de uma eleição presidencial que deve inaugurar a primeira transição democrática de poder desde que o país da África Ocidental se tornou independente da França em 1960.
O candidato do partido no poder, Mohamed Bazoum, reporta a Reuters,é visto por muitos como o favorito depois de liderar na primeira volta, a 27 de dezembro, com 39,3% dos votos. O ex-presidente Mahamane Ousman teve 17%.
Bazoum, que ocupou vários cargos importantes nos governos do presidente cessante Mahamadou Issoufou, incluindo os ministérios das Relações Exteriores e do Interior, é apoiado pelos candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugar na primeira volta.
Na capital, Niamey, multidões de eleitores, alguns usando máscaras para se proteger contra COVID-19, faziam filas em pátios escolares empoeirados.
"Estou satisfeito com a calma que caracterizou a nossa campanha na segunda volta”, segundo Bazoum após a votação. "Espero que a sorte esteja do meu lado, e tenho muitas razões para acreditar que sim."
Bazoum, 61 anos de idade, prometeu continuar as políticas de Issoufou, com o foco na segurança, enquanto o país luta contra as insurgências, ao mesmo tempo que introduz políticas para renovar a economia.
Ousmane, 71 anos de idade, foi o primeiro presidente eleito democraticamente do Níger e foi deposto num golpe militar, em1996. Ele foi endossado por cerca de uma dúzia de partidos menores e candidatos na primeira volta. Prometeu trazer mudanças e combater a corrupção.
A nação do Sahel com cerca de 24 milhões de habitantes é uma das mais pobres do mundo e luta contra secas recorrentes e inundações destrutivas. A pandemia do coronavírus pesou sobre a sua economia, enquanto os preços baixos de seu principal produto de exportação, o urânio, afetaram as receitas.
O Fundo Monetário Internacional espera que a economia do Níger retorne aos níveis pré-pandêmicos, com crescimento de mais de 6% este ano, após cair 1,2% em 2020.
"A votação é em todos os sentidos entre a continuidade e a mudança", disse Mahamadou Harouna, um estudante de 30 anos, após votar. “O importante é encontrar um líder que possa responder às aspirações do povo”.
O analista político Elhadj Idi Abou, baseado em Niamey, disse esperar que uma presença alta de eleitores, mas não viu um favorito claro.
O Níger enfrenta duas das insurgências mais mortais da África - uma perto de sua fronteira ocidental com Mali e Burkina Faso, onde militantes ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico realizaram uma série de ataques.
Por outro lado, ao longo de sua fronteira sudeste com a Nigéria, os ataques do Boko Haram mataram centenas e desalojaram milhares.
A primeira volta da votação foi pacífica e não houve relatos imediatos de interrupções neste domingo.
Fontes
- Níger realiza segunda volta da votação presidencial — VOA, 21 de fevereiro de 2021
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