9 de novembro de 2020

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Entre os líderes mundiais que prontamente parabenizaram Joe Biden por sua vitória nas eleições dos Estados Unidos, houve duas ausências notáveis: os líderes dos dois maiores países da América Latina, que são vistos como amigos do presidente Donald Trump.

O presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, às vezes apelidado de "o Trump dos trópicos" por seu estilo populista e despreocupado, silenciou sobre a derrota de Trump. E o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, recusou-se a parabenizar Biden neste momento, dizendo que esperaria até que as revisões judiciais sobre a votação fossem resolvidas.

Trump e os dois líderes latino-americanos estão unidos por algumas semelhanças superficiais: eles não gostam de usar máscaras por causa da pandemia do coronavírus e os três podem ser vagamente descritos como populistas e nacionalistas. Mas os motivos dos dois presidentes latino-americanos podem ser diferentes.

Bolsonaro e seus filhos - que, como os filhos de Trump, têm um papel na cena política - parecem estar ativamente desconfortáveis com o resultado das eleições nos Estados Unidos. Bolsonaro, que anteriormente expressou esperança na reeleição de Trump e cujo filho usava bonés com o slogan "Trump 2020", permaneceu em silêncio esta semana, mas seus filhos não.

O deputado Eduardo Bolsonaro postou imagens nas redes sociais nas quais questionava como os votos de Biden subiram tão rápido no final da contagem, enquanto os de Trump não. O jovem Bolsonaro também questionou a decisão das redes de televisão de interromper o discurso de Trump na quarta-feira, no qual ele fez acusações de fraude, qualificando-o de um ataque à liberdade de expressão.

Um alto funcionário da embaixada brasileira nos Estados Unidos, que não quis se identificar por medo de retaliação, disse que as autoridades brasileiras temem que as palavras de Bolsonaro ou de seus filhos possam desestabilizar as relações entre os dois países.

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