Agência Brasil

7 de março de 2018

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O último ditador argentino, Reynaldo Benito Bignone, morreu nesta quarta-feira (7), aos 90 anos, num hospital militar. Ele foi o quarto presidente da ditadura militar argentina (1976-1983), responsável pelo desaparecimento de milhares de opositores, e tinha sido condenado a prisão perpétua por crimes de lesa humanidade.

Nomeado presidente em 1 de julho de 1982, Bignone substituiu o deposto Leopoldo Galtieri, após a derrota da Argentina contra o Reino Unido pela posse das Ilhas Malvinas – um arquipélago no extremo Atlântico Sul que os dois países reivindicam como próprio.

A derrota na guerra - somada à crise econômica e a crescente mobilização popular contra a ditadura – levou Bignone a convocar eleições democráticas, depois de decretar uma lei de autoanistia para os militares. Uma de suas primeiras medidas foi convocar eleições, mas também a destruição de toda a documentação sobre prisões, torturas e assassinatos de desaparecidos.

No dia 10 de dezembro de 1983, Bignone entregou a faixa presidencial a Raúl Alfonsín – o primeiro presidente eleito após o golpe de 1976. Uma das primeiras medidas do novo governo democrático foi investigar as violações aos Direitos Humanos e julgar seus responsáveis.

De acordo com a Secretaria-Geral do Exército argentino, Bignone morreu por complicações de uma operação cirúrgica no quadril no Hospital Militar Central de Buenos Aires, onde estava internado desde terça-feira.

Nos últimos anos, o ex-general foi condenado a diversas penas perpétuas por crimes contra a humanidade cometidos durante o seu regime, como sequestro de bebês, torturas, privações ilegais de liberdade e formação de quadrilha, entre outros.

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