10 de agosto de 2024

link=mailto:?subject=Moradores%20de%20Luanda%20denunciam%20"esquadrões%20da%20morte"%20e%20autoridades%20prometem%20investigar%20–%20Wikinotícias&body=Moradores%20de%20Luanda%20denunciam%20"esquadrões%20da%20morte"%20e%20autoridades%20prometem%20investigar:%0Ahttps://pt.wikinews.org/wiki/Moradores_de_Luanda_denunciam_%22esquadr%C3%B5es_da_morte%22_e_autoridades_prometem_investigar%0A%0ADe%20Wikinotícias Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Nos últimos meses, o aumento dos relatos de assassinatos em Luanda continua a gerar preocupação e medo em Luanda, com os residentes a denunciarem a existência de supostos "esquadrões da morte".

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) diz desconhecer os autores desses assassinatos, mas o porta-voz da corporação anunciou recentemente que está investigando as mortes.

O país tem sido marcado nos últimos dias por inúmeros casos de assassinatos de jovens com idades entre 17 e 29 anos.

Analistas políticos ouvidos pela Voz da América dizem que os esquadrões da morte são grupos paramilitares que operam fora do sistema judicial, e que, em alguns casos, podem estar ligados às forças da segurança do Estado.

Apontam também que esses grupos surgem num contexto de fragilidade institucional e corrupção e podem estar associados a execuções extrajudiciais e intimidação política.

O jurista e analista político Manuel Cangundo enfatiza a ligação desses grupos às forças de segurança e às práticas de repressão.

“Essas mortes denunciam de fato que existe esse esquadrão da morte e que ninguém pode negar isto, porque senão nós não teríamos essas mortes em séries. E como deve calcular, esse esquadrão da morte deve estar a atuar presumivelmente a mando ou então ao abrigo de uma ação, porque normalmente esses atos são sempre atribuídos a elementos ligados ao Serviço de Investigação Criminal, como estando a punir as pessoas com a morte", sustenta Cangundo.

Há duas semanas, a Associação Justiça Paz e Democracia apelou à intervenção da Assembleia Nacional para esclarecer os assassinatos.

Há alguns anos, o investigador Rafael Marques denunciou a existência de execuções sumárias em Luanda, através do relatório intitulado “O Campo da Morte” em que denunciava a existência de esquadrões da morte em Luanda.

((pt)) Coque Mukuta. Moradores de Luanda denunciam "esquadrões da morte" e autoridades prometem investigar — Voz da América, 7 de agosto de 2024