Agência VOA

Moçambique.

Escândalo Ematum levanta "questões sobre modelo de governação", diz agência de notação financeira.

12 de julho de 2015

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O chamado escândalo Empresa Moçambicana de Atum (Ematum) está agora a afectar a posição de Moçambique nos mercados internacionais.

A agência de notação financeira Standard & Poor's desceu o 'rating' de Moçambique para B-, considerando que a reestruturação do empréstimo da Ematum pelo Governo configura uma dívida que indicia a falência iminente da empresa.

Para esta companhia o problema não se fica pela Ematum (Empresa Moçambicana de Atum), sendo um exemplo da governação.

"As dificuldades financeiras da Ematum, estabelecida em 2013, levantam questões maiores sobre o modelo de governação em Moçambique e a gestão governamental da dívida do setor público", refere a S&P.

Em causa está um empréstimo de cerca de 760 milhões de euros contraído em 2013 no mercado obrigacionista europeu, e cujo pagamento é garantido pelo Estado, e sobre o qual o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, confirmou que seria o Estado a pagar cerca de 500 milhões de dólares, depois de a empresa ter assumido os restantes 350 milhões.

As contas da Ematum, publicadas em Maio, revelam uma empresa em dificuldades, tendo perdido quase 25 milhões de dólares no ano passado, o que deverá ter influenciado a decisão do Governo de tentar reestruturar a parte da dívida da empresa cujo pagamento cabe ao Estado.

A Standard & Poor's traça um panorama mesmo favorável à economia de Moçambique do que anteriormente afirmando que o país não deverá “exibir um crescimento 'per capita' alto para um país no seu estádio de desenvolvimento" e acrescentando que “os déficites da balança corrente continuam muito altos e os défices orçamentais são significativos”.

Esta é a segunda vez que a agência desce a avaliação que faz do crédito do país, já que em fevereiro tinha descido a avaliação de B+ para B.

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