9 de junho de 2022

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Agência VOA

Um grupo armado, ligado ao Estado Islâmico, invadiu na noite de quarta-feira (8), a empresa Grafex, que explora minas de grafite em Ancuabe, matando, por decapitação, três pessoas, e provocando uma nova vaga de deslocados, disseram testemunhas, nesta quinta-feira (9).

O novo ataque ocorreu na noite de quarta-feira, após o governador de Cabo Delgado ter apelado as populações a regressar às suas casas, garantido que tinham sido repostas as condições de segurança.

Os dois guardas e um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), que garantiam segurança na mina de grafite em Ancuabe, explorada pela empresa Grafex Moçambique, uma subsidiária da sul-africana Triton Minerals Limited, foram surpreendidos pelos atacantes, no portão da firma, contou a VOA um morador.

“Foram decapitados alguns jovens naturais de ‘Silva Macua’, que trabalhavam na empresa Grafex que fica a cerca de 60 quilômetros da sede de ‘Silva Macua’”, disse por telefone o mesmo morador, que descreveu uma “agitação e fuga em debandada” após o ataque na região.

Um dos sobreviventes, que fugiu durante a noite para Metoro, contou a VOA, que o ataque voltou a semear pânico e várias pessoas voltaram a deixar as aldeias em fuga para Pemba.

No cruzamento de “Silva Macua os insurgentes ainda não entraram, mas há uma agitação, cada um quer sair”, disse outro morador.

O grupo ligado ao Estado Islâmico atacou o distrito de Ancuabe, pela primeira vez, no domingo, (5), na aldeia Nanduli.

Esse incidente foi confirmado na segunda-feira, pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba, que, mesmo depois de Nyusi confirmar o ataque, disse que não tinha acontecido, não respondeu ao pedido de comentário da VOA.

Ancuabe é o décimo distrito a ser afetado diretamente pela insurgência em Cabo Delgado.

Fonte