Agência Brasil

Brasil • 30 de julho de 2009

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Ministros da Saúde de países sul-americanos e do México se reunirão no dia 8 de agosto, em Quito, no Equador, para definir a posição da região quanto às futuras vacinas contra a influenza A (H1N1). Os ministros deverão alinhavar uma proposta de resolução para ser assinada pelos Chefes de Estado da região na Cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para os dias 9 e 10 de agosto, também em Quito.

“Vamos discutir de que maneira os países podem estar juntos trabalhando no sentido de, através da Organização Mundial da Saúde, garantir o acesso das populações da América do Sul a uma futura vacina, que está sendo desenvolvida e possivelmente vai estar disponível ainda neste semestre”, explicou o ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão, após audiência com o chanceler Celso Amorim, nesta quinta-feira (30), em Brasília.

O encontro sobre a influenza A (H1N1) foi proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 24, durante a Cúpula do Mercosul. Lula sugeriu que governos e laboratórios sentassem com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para discutir a flexibilização das patentes de medicamentos, kits de diagnóstico e vacinas contra a nova gripe.


Será uma reunião com um conteúdo político forte, um posicionamento da Unasul, evidentemente se colocando junto com OMS no sentido de pressionar os laboratórios produtores que definam com mais clareza de que maneira os países mais pobres e os países em desenvolvimento vão poder ter acesso ao único método preventivo que se coloca no horizonte para a proteção das populações em relação a essa doença.

—Temporão, ministro da saúde

De acordo com o ministro, em um segundo momento será marcada uma reunião técnica para discutir aspectos de produção como capacidade instalada de produção na América do Sul e estratégias de médio e longo prazo de estruturação de uma capacidade continental de produção de vacinas. “O Brasil é o único das Américas, exceto Canadá e Estados Unidos, que tem capacidade de produção de vacinas importante, mas é pertinente pensarmos em cenários futuros. A partir da experiência brasileira acumulada, de que maneira os países podem estar se preparando e ampliando a sua capacidade de produção no campo dos imunobiológicos das vacinas”, ressaltou Temporão.

Outro tema tratado pelos ministros da Saúde e das Relações Exteriores foi a doação de uma fábrica de antirretrovirais a Moçambique. A proposta brasileira de cooperação ainda depende de aprovação do Senado. “Nossa expectativa é que agora, no reinício do trabalho legislativo, o projeto de lei que autoriza a doação esteja aprovado e nós possamos transferir os recursos para que no ano que vem o presidente Lula possa estar inaugurando essa fábrica”, afirmou Temporão. “Vai ser uma mudança de paradigma, a primeira vez que um país instala uma fábrica, treina pessoal e transfere tecnologia para produção, na África, de medicamentos no combate à aids.”

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