Agência Brasil

Brasil • 13 de abril de 2010

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, deu uma orientação aos 86 empresários brasileiros que estão em Teerã em busca de incrementar o comércio com os iranianos. Jorge disse que eles devem negociar com interesse e esforço pois, do contrário, o espaço existente será preenchido pelos chineses. “Os chineses estão chegando aqui também. Eles estão em todos os lugares”, afirmou.

Ontem (12), o ministro desembarcou com os empresários dos mais diversos setores – alimentício, automotivo, moveleiro, de utensílios domésticos e infraestrutura – com o objetivo de ocupar espaços e ampliar o comércio bilateral com o Irã. A viagem ocorre um mês antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazer sua primeira visita oficial ao país.

A presença de Miguel Jorge e dos empresários é acompanhado de perto pela imprensa iraniana. Emissoras de televisão, de rádio e jornais seguiram as principais reuniões do ministro e da comitiva. O fato de Lula apoiar o desenvolvimento do programa nuclear do Irã, desde que para fins pacíficos, faz com que o presidente e o Brasil sejam notícia constante nos principais veículos da imprensa iraniana.

“O Irã vê o Brasil como uma porta de entrada para a América do Sul, como a Argentina, Bolívia e outros países”, disse o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho. “O nosso objetivo é limpar a mesa na tentativa de facilitar as negociações.”

Ramalho referiu-se à queixa dos empresários pela ausência de linhas de crédito e financiamento de bancos privados no Irã. Em geral, para negociar, os empresários brasileiros devem partir para uma triangulação: utilizam instituições financeiras de um terceiro país para poder fechar um negócio com o Irã. Com isso, os valores dos produtos sobem, encarecendo o preço final.

Miguel Jorge afirmou que há um esforço do governo para buscar alternativas que solucionem de forma definitiva a questão. “Temos de evitar dificuldades e vamos tentar resolver isso a contento”, afirmou ele, diante de mais um apelo dos empresários.

O Brasil é o principal exportador para o Irã de carne bovina e frango inteiro - com menos de 1 quilo. Mas os iranianos também se interessam pelo milho, a soja, o sorgo, açúcar de cana, óleo de soja, etanol e a construção civil.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações cresceram 28,2%, passando de US$ 15 milhões para US$ 19 milhões, respondendo por apenas 0,01% das compras globais brasileiras em 2009.

Fontes