13 de fevereiro de 2020
Ao comentar a constante alta do dólar num seminário em Brasília ontem, o Ministro da Economia Paulo Guedes acabou causando uma grande polêmica com a classe das empregadas domésticas, recebendo críticas de usuários de redes sociais e da imprensa. Durante o evento ele disse que “não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu”, numa referência ao que ele acreditava ser um hábito da classe C brasileira quando o dólar estava mais baixo.
A BBC Brasil escreveu que “além de despertar críticas pelo tom considerado classista com que se referiu a funcionários domésticos, o ministro errou ao afirmar que a categoria frequentava a Disneylândia quando a cotação do dólar era mais baixa”, pois, segundo estudos divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), viagens internacionais ficaram em último lugar na lista de consumo durante o chamado "boom da classe C", que tinha no topo bens e serviços como casas próprias, motocicletas, cursos profissionalizantes, celulares, computadores e carros.
Numa postagem nas redes sociais, uma usuária do Twitter escreveu: “Em que Brasil você vive? Minha mãe trabalhava a semana inteira na casa de várias senhoras e ainda era manicure e confeiteira, mas nunca conseguiu nem sair da cidade para visitar os pais”.
A alta do dólar
O dólar bateu novo recorde ontem, sendo cotado a 4,35 no final do dia, a maior cotação desde o início do Plano Real.
Fontes
- Empregadas na Disney? Viagem internacional foi item mais raro no auge do consumo da nova classe média, BBC, 13 de fevereiro de 2020.
- 'Em que Brasil você vive?': empregadas domésticas e parentes que nunca saíram do Brasil reagem a fala de Guedes, BBC, 13 de fevereiro de 2020.
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