Agência VOA

trumb
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30 de julho de 2009

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A agência das Nações Unidas para os Refugiados, sediada em Nova Iorque, Estados Unidos, afirma que milhares de somalis, desesperados, refugiam-se, em massa, na vila nortenha de Bossaso a espera da primeira oportunidade para embarcarem em navios a caminho do Golfo de Aden e que no passado mês de maio 12.000 Somalis chegaram a Bossaso fugindo da luta em Mogadíscio, capital da Somália.

A Agência das Nações Unidas disse que os mais recentes fugitivos para Bossaso fazem parte dos mais de 230.000 somalis forçados a abandonar as suas casas desde o dia 7 de maio.

Ron Redmond porta-voz da agência disse que os 12.000 somalis que chegaram aquele campo de refugiados estavam em trânsito para outros lados.

"Os nossos parceiros afirmam que Bossaso está cheia de somalis que tem planos de se refugiarem para outras áreas… muitos vendem e compram bilhetes de transito e contrabando, para o Iémen… uma caminhada perigosa… dadas as condições de mau tempo… por essa razão, muitos vão esperar até setembro para empreenderem outras saídas."

Redmond disse que mais de mil passageiros empenhados nesta aventura, afogaram-se no alto mar devido aos maus ventos, ou foram atirados para as águas por contrabandistas sem escrúpulos, tendo morrido, ou dessa forma desaparecido, mais de 300 deles.

Aquela agência das Nações Unidas adianta que o contrabando limita cada vez as disponibilidades de ajuda das autoridades iemenitas, muito embora reconhecendo que todos os somalis que chegam ao país, sejam de facto refugiados legítimos.

Ron Rodmond disse que a agência toma cuidado dos somalis, uma vez chegados ao Iêmen, alojando em acampamentos os que assim o desejarem, deixando outros residir em zonas urbanas onde são acolhidos. Todavia, muitos outros tentam ainda emigrar para a Arábia Saudita ou outros países do Golfo.

Guerra Civil na Somália

O governo islâmico moderado, que assumiu o governo no final de janeiro deste ano, com apoio da ONU e União Africana, luta desde 7 de maio, contra a guerrilha radical islâmica Al-Shabab (A Juventude, em somali), quando a guerrilha dominou partes da capital somaliana e desde então, acontece a batalha na cidade. Antes disso, a guerrilha já controla o centro, oeste e litoral do país, que tem como capital da guerrilha Baidoa (250 km da capital). Os avanços foram facilitados pela retirada das tropas da Etiópia (entre 25 a 30 de janeiro) no país e as derrotas do governo entre fevereiro a abril.

Há também outra guerrilha islâmica, o Hizbul Islami (Partido Islâmico, em somali) que controla o sul e sudeste do país, que tem como capital da guerrilha Kismaio (410 km da capital). Há denúncias que estas guerrilhas têm apoio de grupos islâmicos terroristas, como Al-Caeda e Hezbolá

O governo controla maior parte de Mogadíscio e tem aliados no centro-norte, que guerreiam contra Al-Shabab.

Os Piratas da Somália controlam faixa litorânea, localizada entre 500 a 600 km da capital, que mantém mais de 300 reféns e quase 100 navios e barcos nos cativeiros.

Os separatistas da Somalilândia dominam o norte do país desde 1991, quando proclamaram a independência e ficaram longe dos conflitos, mas não obtiveram o reconhecimento internacional.

Caso a capital da Somália caia nas mãos da guerrilha Al-Shabab, será segunda vez que guerrilheiros islâmicos tomam o poder no país. A primeira foi a União dos Tribunais Islâmicos, que dominou Somália entre abril de 2006 a janeiro de 2007, incluindo a Capital, entre 11 de junho a 28 de dezembro de 2006, após ser derrotada pela intervenção das tropas da Etiópia em apoio ao Governo.

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