28 de outubro de 2022

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Cerca de 22 milhões de colombianos têm dificuldades de acesso a alimentos e cerca de 12 milhões comem apenas duas vezes por dia, de acordo com um relatório da Associação de Bancos de Alimentos da Colômbia.

Violência, inflação, migração venezuelana e o conflito na Ucrânia são alguns dos fatores que influenciaram o aumento da insegurança alimentar na Colômbia, segundo o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Diego Mora.

“O maior desafio é o aumento dos preços dos alimentos na Colômbia, que se deve a muitos fatores como a questão da guerra entre Rússia e Ucrânia, devido aos insumos para a produção agrícola, que teve um aumento significativo por conta da cadeia produtiva”, disse Mora. "Você tem que ir para outros países que os produzem, mas em outras quantidades, então trazê-los para o país é muito mais caro", disse.

Segundo dados da FAO, na Colômbia existem 5 milhões de pessoas que estão em pontos críticos de fome, o que corresponde a 10% da população.

Juan Carlos Buitrago, diretor do Banco Alimentar Colombiano, disse que dos 2,4 milhões de venezuelanos no país, 1,1 milhão está em situação de insegurança alimentar.

“Na Colômbia, o acesso aos alimentos representa um risco específico para essa população”, disse.

Buitrago destacou que o aumento da violência e novos deslocamentos em massa em diferentes regiões do país onde atuam grupos armados influenciaram as estatísticas.

“No ano passado, 592.000 pessoas foram deslocadas e outras 54.000 foram forçadas ao confinamento devido a confrontos entre grupos armados. Os alimentos não podem entrar nesses territórios por causa da violência”, ressaltou.

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