Agência Brasil

Recife, Pernambuco, Brasil • 6 de junho de 2009

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

O vice-chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, coronel Jorge Amaral, anunciou no início da tarde, por volta das 13 horas, que foram encontrados dois corpos e materiais que seriam do Airbus da Air France 447, que desapareceu na noite de domingo de 31 de maio, com 228 pessoas.

Segundo Jorge Amaral, os corpos foram localizados na manhã de hoje (6), boiando em meio ao Oceano Atlântico, a cerca de 900 quilômetros do Arquipélago de Fernando de Noronha.

Segundo Amaral, corpos são do sexo masculino e ainda não foram identificados. O mesmo navio militar que os retirou do mar, a corveta Caboclo, também recuperou pertences pessoais como uma mochila e uma valise de couro, além de uma poltrona de avião e máscaras de oxigênio. Outros materiais continuam sendo recolhidos. Os corpos e todo o material recolhido serão transferidos para a fragata Constituição e levados para Fernando de Noronha, onde a embarcação só deve chegar amanhã (7).

Dentro da mochila havia um cartão de vacinação. Na valise de couro, os militares encontraram o comprovante de uma passagem aérea. A poltrona, com número de série e azul, cor semelhante às das aeronaves da Air France, ainda vai ter que ser reconhecida pela empresa aérea.

Os primeiros sinais da presença de objetos que poderiam ser do Airbus foram localizados por volta das 4 horas de hoje por um avião da Força Aérea Brasileira, o R-99, dotado de um radar que lhe permite vasculhar a superfície.

Com base nas informações do R-99, uma aeronave C-130 e a corveta Caboclo foram deslocadas para a região indicada, a cerca de 70 quilômetros do ponto que o avião da Air France sobrevoava, quando transmitiu o último informe sobre uma possível pane eletrônica. Ao sobrevoar o local, o C-130 confirmou a existência dos destroços. O primeiro corpo foi avistado pela corveta às 9h10 e recolhido as 9h30. Às 11h13, um segundo corpo foi retirado do mar.

De acordo com o coronel Amaral, todas as informações já disponíveis foram transmitidas aos parentes das vítimas antes de serem divulgadas à imprensa. Durante entrevista coletiva no início da tarde, os oficiais envolvidos com as buscas demonstraram certo alívio por, após seis dias de buscas, anunciar algo que aumente a esperança de que os corpos serão resgatados, e as peças necessárias às investigações sobre as causas do acidente, identificadas.

“Hoje, tivemos resultados positivos e isso nos traz a certeza de que nosso trabalho foi bem conduzido”, disse Amaral. “O mais importante agora é tirarmos a angústia das famílias não terem informações precisas. É uma notícia triste, mas, de certa maneira, há um certo conforto pelo fim da angústia destas famílias”, comentou o comandante do 3º Distrito Naval, almirante Edison Lawrence Dantas.

Toda a estrutura necessária para receber e iniciar a triagem e a identificação do que for sendo encontrado foi montada em Fernando de Noronha, devido à ilha ser o ponto mais próximo do local onde o avião fez o último contato com o controle de vôo.

Manhã

Antes do achado e o anúncio oficial, o vice-chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, Major Jorge Amaral, disse no Cindacta 3, em Recife, que a grande quantidade de navios e aviões, três navios da marinha e 14 aeronaves (duas francesas), poderá dá resultados:

Estamos bastante atentos a tudo e certos de que hoje a operação poderá trazer resultados mais certos.

Major Jorge Amaral

A Aeronáutica marcou ontem para as 13 horas uma entrevista coletiva, no Cindacta 3, para passar mais detalhes sobre as atividades de hoje (6). Segundo a assessoria, o tempo em alto-mar é ruim, mas não compromete as buscas.

Os parentes de passageiros do vôo da Air France, desaparecido no trajeto Rio de janeiro-Paris, souberam 40 minutos antes do anúncio oficial da localização no mar de dois corpos. Oficiais da Marinha e Aeronáutica estiveram no Hotel Windsor, no Rio de janeiro, onde estão reunidos os familiares, para comunicar as novas informações.

O advogado Marco Túlio Moreno Marques, cujos pais estão entre os desaparecidos, contou que as famílias reagiram de várias maneiras às notícias de hoje de manhã. “Cada pessoa tem um tipo de reação. Algumas choraram, algumas ficaram tristes e outras aliviadas.”

Apesar do anúncio da localização de dois corpos, famílias mantêm a esperança de encontrar os parentes desaparecidos com vida. “Meu filho está vivo. Está em algum lugar, precisando de alguém que vá buscá-lo. Não só o meu filho, como muitas pessoas”, afirmou Maria Eva Marinho, mãe do passageiro Nelson Marinho.

Nesta manhã, a Polícia Federal recolheu fios de cabelo e saliva de parentes para identificar corpos de passageiros por meio de exames de DNA. A coleta ainda está sendo feita em familiares de primeiro grau (pais e filhos) em sala reservada do Hotel Windsor.

Amanhã

Até amanhã (7), dois navios brasileiros irão se somar às embarcações que já trabalham na área. A fragata Bosísio já se encontra próximo a Fernando de Noronha e o navio-tanque Gastão Motta deve chegar amanhã. Além disso, três embarcações francesas – uma fragata, um navio anfíbio e um submarino – devem chegar à região nos próximos dias.

Fontes