Agência Brasil

5 de abril de 2016

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Brasília, Distrito Federal

A ex-ministra e candidata derrotada em duas eleições presidenciais, Marina Silva defendeu hoje (5) a convocação de nova eleição presidencial, caso se comprove que dinheiro oriundo da corrupção tenha “alterado a vontade soberana da sociedade brasileira nas [últimas] eleições”. Segundo Marina, se o dinheiro da corrupção foi usado "para fraudar as eleições, que se casse a chapa Dilma-Temer”. Nesse caso, o caminho constitucional para as novas eleições tem de ser o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou.

Sem se apresentar como pré-candidata a tal pleito, Marina disse acreditar que este caminho é mais legítimo que o do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, caso o processo seja aprovado via Legislativo. “Antes de falar de pré-candidatura, temos de devolver à sociedade a possibilidade de votar. Antes disso, ninguém pode se colocar como candidato”, afirmou a ex-ministra durante o lançamento da campanha da Rede Sustentabilidade, "Nem Dilma, Nem Temer, Nova Eleição é a Solução".

Marina Silva, que na eleição de 2014 concorreu à Presidência da República pelo PSB, não cogita a saída da presidenta Dilma Rousseff do cargo, com a permanência do vice-presidente Michel Temer. “Não existe vice-presidente sem que se tenha eleito um presidente. Se a eleição foi com dinheiro da corrupção, a chapa inteira está comprometida”, afirmou.

Segundo a ex-ministra, não se pode fazer "absolutamente nada" em desacordo com a Constituição. "O que ela [Constituição] assegura é que podemos ter a [possibilidade de] renúncia, o que cumpre com a formalidade, mas não tem a razoabilidade, porque a nossa presidenta parece não entender a magnitude da crise. O processo do impeachment cumpre com a formalidade, mas não alcança a finalidade porque, depois dela, teremos o vice-presidente que, junto com a presidenta, é responsável pela crise que estamos vivendo na política e no caso da Petrobras."

Para Marina, a melhor via é o TSE, porque, se forem comprovadas as denúncias mostradas pela Lava Jato, o tribunal poderá promover a cassação. "Aí, sim, teremos a formalidade e a finalidade, que é devolver aos 200 milhões de brasileiros a possibilidade de repensar os caminhos da nação.”

Ontem (4), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) propôs, durante discurso em plenário, que as eleições presidenciais sejam antecipadas para outubro deste ano. Dessa forma, seria possível a realização do pleito presidencial em conjunto com o municipal. Isso, segundo o senador, atenderia ao clamor de algumas das recentes manifestações populares.

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