26 de setembro de 2020

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Um Mar Mediterrâneo mais limpo requer uma melhoria das políticas e o aprimoramento de dados e informações, de acordo com um relatório conjunto da Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA) e do Plano de Ação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP/MAP), publicado no dia 21 passado. Os efeitos cumulativos advindos do lixo marinho e dos resíduos industriais jogados no mar continuam a ser os principais desafios dos países do Mediterrâneo

O relatório "Rumo a um Mar Mediterrâneo mais limpo: uma década de progresso" faz um balanço dos progressos alcançados e dos desafios da iniciativa "Horizonte 2020 da União para o Mediterrâneo (UM) para um Mediterrâneo mais limpo (H2020)".

De acordo com o relatório, as atuais intervenções são eficazes para fazer face às crescentes pressões ambientais, mas a sua escala pode não ser suficiente para melhorar o estado ambiental do Mar Mediterrâneo. Esta mensagem é consistente com as conclusões do "Relatório sobre o estado do ambiente e do desenvolvimento no Mediterrâneo", do Plan Bleu, um Centro de Atividades Regional do sistema UNEP/MAP-Convenção de Barcelona.

A reciclagem não está conseguindo acompanhar o aumento da geração de resíduos em vários países da costa sul do Mediterrâneo, devido ao custo relativamente alto em comparação com o descarte destes resíduos a céu aberto. Da mesma forma, o relatório mostra que o acesso ao saneamento está progredindo lentamente e pelo menos 5,7 milhões de pessoas nas áreas urbanas e 10,6 milhões de residentes rurais ainda não têm acesso a sistemas de saneamento melhores. Outra área que precisa ser enfocada é a gestão integrada da poluição, incluindo, por exemplo, políticas eficazes de reutilização da água, o que faria face ao aumento da demanda e à diminuição da disponibilidade de água.

Apesar dos esforços para a reciclagem, setores econômicos importantes, como a manufatura, ainda têm por base modelos de negócios lineares que dependem do consumo insustentável de recursos. O relatório também observa a necessidade de uma gestão mais eficaz dos resíduos considerados perigosos. O financiamento adequado e a capacitação para o tratamento e eliminação de resíduos perigosos em todo o Mediterrâneo são urgentes.

Um dos principais desafios é que o cenário político complexo e heterogêneo da região torna difícil enfrentar os desafios ambientais. O relatório apela a uma melhor aplicação das políticas, o que requer informações ambientais mais robustas e compartilhadas, bem como a capacitação a nível local, nacional e regional. Embora os sistemas de dados regionais tenham melhorado significativamente, houve pouca melhoria na disponibilidade e na qualidade dos dados nos países, indica o relatório.

"Rumo a um Mar Mediterrâneo mais limpo: uma década de progresso" é a segunda avaliação conjunta EEA-PNUMA/MAP no âmbito da iniciativa H2020. O relatório fornece detalhes para a tomada de decisões baseada em evidências observadas na região.

A Declaração Ministerial de Nápoles, adotada no ano passado pelas Partes Contratantes da Convenção de Barcelona (21 países mediterrâneos e a União Europeia), destaca a “necessidade de uma mudança sistêmica apoiada por estratégias, políticas e comportamentos inovadores e voltados para o futuro”.

Fontes

Nota: a EEA permite a cópia, adaptação e reprodução em qualquer meio, mesmo comercialmente, conforme sua licença Creative Commons (veja no rodapé do website).