13 de julho de 2022

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Agência VOA

A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou, na tarde desta quarta-feira (13) ter ativado o estado de alerta máximo, para conter uma eventual manifestação pública, anunciada para amanhã (14) para a cidade de Maputo, em particular.

A manifestação, convocada através de mensagens que circulam nas redes sociais, desde segunda-feira, tem como objetivo expressar insatisfação face ao elevado custo de vida no país.

Parte das mensagens chamam atenção para que nenhuma viatura saia à rua, sob o risco de ser vandalizada, situação que fez soar os alarmes na PRM.

“A Polícia da República está em alerta e em prontidão operacional, tendo reforçado a vigilância ostensiva, em todo o território nacional, com maior incidência para os centros urbanos, principais vias rodoviárias e terminais” disse Orlando Modumane, porta-voz do Comando Geral da PRM.

Modumane disse que a polícia poderá “usar dos seus meios repressivos para assegurar a livre circulação de pessoas e bens.”

A situação está a deixar parte dos munícipes de Maputo em pânico, havendo quem admite não sair de casa amanhã, por receio do que possa acontecer.

Activistas protestam

Activistas sociais e de direitos humanos consideram a posição da polícia, como um atentado ao direito à manifestação.

“A polícia quer agora colocar viaturas blindadas na rua, mas quando foram os autocarros da FEMATRO (transportadores) sentou e negociou com eles, e agora que são os ‘enteados’ quer colocar a força repressiva, no lugar de resolver as raízes profundas do problema. Isso é uma incongruência de lamentar” diz a ativista Quitéria Guirengane.

Por sua vez, o advogado e também ativista de direitos humanos, Custódio Duma, diz ser preciso que a polícia moçambicana tenha outro tipo de consciência cívica e deixar de olhar todas as manifestações como atos subversivos.

“Infelizmente a nossa polícia tem um histórico nada bom. O papel da polícia não deve ser de ameaçar as pessoas, mas garantir que eventuais manifestações decorram dentro da legalidade, pois é um direito constitucional” salienta Duma.

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