Agência VOA

América Latina • 27 de julho de 2021

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Milhares de cubanos exigiram nesta segunda-feira em frente à Casa Branca a intervenção direta do governo estadunidense e da administração do presidente Joe Biden para conseguir a queda do governo de Miguel Díaz-Canel, junto ao apoio da mídia conservadora dos Estados Unidos.

Manifestações ocorrem há mais de duas semanas após o surto social na ilha caribenha com as massivas manifestações de 11 de julho, que foram seguidas por uma onda repressiva do governo contra os participantes, conforme relatado por opositores e organizações de direitos humanos que monitoram as ações do governo da ilha caribenha.

A concentração, de algumas centenas de manifestantes vindos principalmente do estado da Flórida e da área de Nova Jersey, serve para exigir mais ação e intervenção do governo estadunidense.

Slogans contra o presidente Biden soaram também pelo que consideram "inação" diante do que está acontecendo em Cuba e exigiam que o presidente "saísse para mostrar a cara" e acompanhá-los em sua luta.

A plataforma, que também contou com a presença de representantes republicanos da Flórida e do Texas, investigou as intenções de solicitar mais ações da Casa Branca contra o governo de Cuba. Os manifestantes gritavam “onde está Biden, onde está Biden?” em uníssono, ao que os oradores responderam: “Biden está desacordado”.

O congressista da Flórida, Mario Díaz-Balart, chegou à Lafayette Square em frente à Casa Branca, acompanhado por vários colegas republicanos e legisladores federais, entre eles o senador Rick Scott, também da Flórida, a deputada María Elvira Salazar, entre outros.

Díaz-Balart, o primeiro a tomar o microfone, exortou os presentes a continuarem na luta pela liberdade de Cuba e agradeceu sua presença, mas imediatamente se dirigiu ao governo Biden e disse que deveriam agir com rapidez e força.

Um dos grandes ausentes ao evento foi o senador democrata Robert Menéndez, representante democrata por New Jersey e presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado; um dos momentos mais críticos contra o governo da ilha.

Menéndez rejeitou uma intervenção militar dos Estados Unidos e disse que as ações do governo dos Estados Unidos devem ser enquadradas em consonância com as ações de outras nações democráticas para alcançar a liberdade do povo cubano, que deu um grande passo ao demonstrar ao mundo que “Ele está pronto” para lutar por sua liberdade.

A magnitude dos protestos de 11 de julho em pelo menos 50 cidades e vilas rurais de todo o país demonstraram que a hegemonia do Partido Comunista sofre com a pressão social de seu próprio povo, punido por falta de alimentos, remédios e liberdade.

Manifestantes pedem liberdade e ação

Entre os cubanos que chegaram à concentração e foram consultados pela Voz da América, prevaleceu a exigência do governo estadunidense de promover uma intervenção militar em seu país.

Adrián Veitía, que chegou de Miami, Flórida, e Andrés Luis Faife, de Nova Jersey, concordaram perante a VOA que sua visita a Washington DC tinha o objetivo de exigir que a Casa Branca tomasse medidas enérgicas contra o governo cubano.

Na outra ponta da Lafayette, Julio Muñoz disse que o povo cubano está protestando pacificamente, mas sem armas “e estão sendo massacrados”, por isso insiste que a intervenção internacional liderada pelos Estados Unidos deve se dar com armas.

Junto a eles, Michelle Alvarado, também de Miami, comentou que participar desta manifestação em Washington foi uma forma de apoiar seus familiares na ilha que não têm a possibilidade de se expressar livremente. E que a "luta determinada, mas quase impossível por sua liberdade", que começou no dia 11 de julho, é um apelo à ação de todos os cubanos fora da ilha para se solidarizarem com os seus para continuar a avançar e dar o passo, porque desde a Diáspora cubana eles estarão com eles.

Dados não oficiais soam que cerca de 3 milhões de cubanos residem fora da ilha, especialmente nos Estados Unidos, Europa e outros países latino-americanos. Cerca de 11 milhões de cubanos residem no país.

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Fontes