Agência Brasil

Las Manos, Nicarágua • 26 de julho de 2009

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Um jovem de 24 anos morreu na madrugada de ontem (25) na cidade de El Paraiso, a 12 quilômetros da fronteira de Honduras com a Nicarágua. Não há informações sobre as causas da morte, mas o corpo permanecia abandonado em um terreno baldio até o incio da tarde. O rapaz seria um dos manifestantes favoráveis ao retorno do presidente deposto Manuel Zelaya a Honduras.

Os militares que apoiam o golpe de Estado no país negam que o jovem tenha morrido durante confrontos que ocorreram nas últimas horas por causa da chegada de Zelaya à região. O rapaz tinha marcas nos braços, mas não apresentava ferimentos provocado por tiros. A situação em Honduras neste sábado é mais tranquila, apesar das inúmeras barreiras militares erguidas na rodovia que chega à fronteira. São pelo menos dez barreiras entre a capital Tegucigalpa e a cidade nicaraguense de Las Manos.

Segundo fontes do governo da Nicarágua, Zelaya está numa cidade nicaraguense a 30 quilômetros da fronteira e deve retornar ainda hoje à aduana. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, chegou a estudar a possibilidade de acompanhá-lo, mas desistiu da idéia.

Zelaya chegou a atravessar a fronteira anteontem (24), ficou o lado hondurenho por alguns minutos e regressou logo em seguida para o território da Nicarágua.

Policiais federais de Honduras permanecem mobilizados a cerca de 30 metros da fronteira entre os dois países. Eles têm ordem judicial para prender Zelaya, caso tente ingressar novamente no país.

A EBC conversou com a mulher do presidente deposto, Xiomara Castro Zelaya, que está retida a cerca de 50 quilômetros da fronteira por uma barreira militar. Segundo ela, Zelaya deve ir a Washington na próxima terça-feira (27) para se reunir com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. No entanto, a primeira-dama garantiu que o marido não desistiu de voltar ao país.

“Nós temos a esperança que conseguiremos chegar à fronteira, apesar do toque de recolher [que termina as 18h, hora local]. O que acontece é uma clara violação dos nossos direitos. É uma ditadura militar. E Zelaya permanece disposto a retornar ao país e ao seu povo”, garantiu ela.

Zelaya foi expulso de Honduras dia 28 de junho, após ser deposto por um golpe militar que o tirou da presidência. Desde então, já fez duas tentativas de voltar ao país, mas não teve êxito. Atualmente, o comando de Honduras está nas mãos do presidente interino Roberto Micheletti.

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