31 de outubro de 2008
Convocada e organizada através do Orkut[1], a manifestação pública do movimento se deu no dia 31 de outubro de 2008. Cerca de 2.000 manifestantes[1] se concentraram em frente ao Palácio Pedro Ernesto, edifício sede da Câmara Municipal de Vereadores do Rio de janeiro. Em algum momento foi cantado o hino nacional brasileiro. Entre apitaços e protestos verbais, os manifestantes exibiam faixas e cartazes com frases de protesto. Alguns exemplos mais comuns:
Notável também era durante o protesto uma enorme bandeira do Brasil (visível nas fotografias acima) e um carro de som que orientava os manifestantes. O movimento teria participação em massa de jovens universitários e também pessoas de todas as faixas etárias. Em frente ao TRE, os manifestantes fizeram um minuto de silêncio, em forma de luto por uma suposta Morte da Democracia, que também era simbolizada por um caixão carregado entre os manifestantes e pela predominância da cor preta na indumentária dos que estavam no local.
Precedentes
O movimento afirma que no decorrer das eleições municipais de 2008 no Rio de janeiro, foram praticados diversos Crimes Eleitorais. As queixas do movimento se dirigem principalmente para o candidato a prefeito, Eduardo Paes - eleito com 50,83% dos votos válidos. Algumas das denúncias, ainda não comprovadas na justiça e que estariam de acordo com o movimento necessitando de investigação pelos órgãos de governo responsáveis, incluiriam:
- Candidatura registrada fora do prazo de desincompatibilização;
- Uso político das UPA (unidades de pronto atendimento) e de restaurantes populares;
- Indícios de "caixa 2" (dinheiro ilícito, não declarado), devido às denúncias de compra de votos e coação de eleitores (obrigar alguém a votar em um determinado candidato);
- Flagrantes de "boca de urna";
- Campanha difamatória contra o adversário através de panfletos apócrifos (devidamente apreendidos nos dias que antecederam as eleições);
- Distribuição de "kits-lanche" do governo que deveriam ser destinados à merenda escolar;
- Denúncias de eleitores que, ao comparecer à Zona Eleitoral, foram informados que seus votos já haviam sido computados;
- Denúncias de parentes de eleitores falecidos que tiveram votos computados nas eleições de 2008.
Repercussão
O Movimento foi extremamente noticiado em apenas 5 dias, além de ser publicado na edição do jornal O Globo no dia 1 de novembro de 2008, foi matéria no RJTV 2ª Edição no dia 31 de outubro de 2008, e também O Dia Online, JB Online, Folha Online, Estadão, Tribuna da Imprensa, Jornal da Mídia, Band News FM, Portal IG Último Segundo, UOL e em inúmeros sites, blogs e jornais de outras regiões do país, como: Correio Braziliense (DF), Pantanal News, Diário da Manhã (GO), Zero Hora (RS) entre outros.
Um dos fatores que mais chamou atenção para a repercussão na imprensa, foi a rápida mobilização dos eleitores cariocas (mais de 10.000 pessoas aderiram, em apenas três dias). Além disso, este foi o primeiro grande fenômeno político-social da cidade, organizado na internet. Vale ressaltar ainda que o Rio há muitos anos não via um manifesto em prol da democracia de cunho genuinamente popular, sem o amparo de partidos políticos ou empresas de comunicação, organizado diretamente pela população.
Nos dias que sucederam o protesto de 31/10/2008, o popular site de vídeos You Tube foi inundado por vídeos amadores gerados com filmagens e fotos obtidas durante a trajetória da passeata.
Motivação
Em sua edição de dezembro de 2008, a revista Piauí publicou matéria sobre a manifestação do Movimento Pró-Democracia, a qual foi denominada de passeata de nerds contra a política[1] e onde ressalta o conteúdo contraditório do voto em Gabeira[1], o qual teve votação consagradora na Zona Sul, a mais rica, e foi apoiado pelos partidos políticos direitistas (PSDB e DEM).[1]
Embora" supostamente tenha sido um movimento contra os panfletos apócrifos e a truculência dos cabos eleitorais de Eduardo Paes[1]," a manifestação tampouco foi organizada como um apoio público a Fernando Gabeira. Segundo informa a Piauí, tanto que, ao desfraldar uma bandeira de apoio ao candidato verde, um manifestante foi tão vaiado que teve de guardá-la.[1]
Consultado" sobre o movimento, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de janeiro definiu-o como manifestação de perdedor.[2]
Referências
Fontes
- Jovens vão às ruas no Rio pedir punição a crimes eleitorais
- "Orkontro" reúne 2.000 em protesto contra crimes eleitorais no Rio
- Diário do Rio de janeiro - Movimento Pró Democracia
- Dez mil protestam contra resultado da eleição na Cinelândia
- “Caras-pintadas” reaparecem no RJ
- Jovens pedem apuração de irregularidades na eleição do Rio
- Termina manifestação do movimento pró-democracia no Centro do Rio e trânsito é liberado