19 de novembro de 2024

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O governo de Nicolás Maduro adverte que tomará "medidas mais severas" se o TikTok não remover em 72 horas de seu conteúdo na Venezuela vídeos que promovam desafios virais e que tenham causado a morte de pelo menos dois menores, segundo a versão oficial.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deu ao TikTok 72 horas na segunda-feira para remover conteúdos que promovam desafios perigosos de sua plataforma, após a morte de dois menores que participaram desse tipo de desafio viral.

"Dei a ordem ao general Jorge Márquez, presidente da Conatel - órgão que regula as telecomunicações no país - para entrar em contato com o TikTok Latin America no México imediatamente e dar-lhe 72 horas para retirar da Venezuela todos esses chamados desafios abusivos e criminais", disse ele em seu programa "Con Maduro +"

"Em 72 horas, o TikTok deve responder, caso contrário, a República Bolivariana da Venezuela, em defesa do direito à vida, tomará as medidas mais severas nesta rede social", continuou.

O presidente, que pediu aos pais e professores que conscientizem sobre o consumo da rede social, culpou o chefe do TikTok na América Latina pela morte de menores.

Uma menina de 12 anos morreu no domingo depois de ter participado de um desafio que consistia em consumir um medicamento com efeitos ansiolíticos e evitar adormecer enquanto fazia uma videochamada em grupo.

Na semana passada, o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello, alertou que "chegará o momento" em que o uso das redes sociais no país deverá ser regulamentado, depois de confirmar pelo menos cinco casos de envenenamento em massa em escolas onde adolescentes praticavam um desafio viral nas redes sociais.

A chamada "cromagem" é um desafio que consiste na inalação de gases tóxicos e causou a morte de pelo menos dois menores no Reino Unido e na Austrália.

Maduro informou na segunda-feira que um menino de 14 anos morreu por participar desse desafio.

Em agosto, a rede social X (antigo Twitter) foi bloqueada no país, após dar um prazo para que a empresa norte-americana apresentasse "precauções", mas não ofereceu mais detalhes.

Na época, Maduro também pediu a seus apoiadores que excluíssem o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp, argumentando que ele está sendo usado para "ameaçar" o país e sua institucionalidade, após as eleições presidenciais de julho.

Sem apresentar resultados desagregados, o órgão eleitoral deu ao vencedor dessa votação um terceiro mandato, em meio a alegações de fraude da oposição que atribui a vitória ao ex-candidato, Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha.

Várias organizações de defesa dos direitos fundamentais denunciaram uma "redução contínua do espaço cívico na Venezuela, tanto online quanto offline".

Mais de 60 sites, a maioria informativos, estão bloqueados no país, segundo relatórios do Ve Sin Filtro e do Instituto Imprensa e Sociedade (Ipys).

Fontes

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