Agência Brasil

27 de dezembro de 2010

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Uma delegação de líderes do oeste africano anunciou que irá à Costa do Marfim na próxima terça-feira (28) para tentar persuadir o atual líder do país, Laurent Gbagbo, a deixar a Presidência. A delegação será constituída pelos presidentes de Benin, Cabo Verde e Serra Leoa, segundo anúncio da chancelaria beninense.

A Costa do Marfim está à beira da guerra civil por causa da incerteza política causada pelas eleições presidenciais de novembro, em que os dois principais candidatos reclamam vitória.

Cerca de 17 mil pessoas já fugiram do país para escapar da violência que se seguiu ao pleito, disse nesse sábado (25) a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU). Catorze mil foram para a Libéria, e três mil, para outros países da região.

A visita de líderes à Costa do Marfim se segue a um comunicado do bloco regional de nações oeste-africanas (Ecowas), que na sexta-feira (24) ameaçou usar a “força legítima” caso Gbagbo se recuse a deixar o cargo e não aceite a vitória de seu adversário, Alassane Ouattara, reconhecido internacionalmente como o vencedor do pleito de novembro.

Até o momento, Gbagbo não tem dado sinais de que vá ceder. Hoje (26), um assessor do presidente, Yao Gnamien, disse à rede Al-Jazeera que os líderes estrangeiros têm primeiro de “ver a situação antes de decidir que ação deve ser tomada”.

“A ONU não pode usar a força contra o presidente. A União Africana não pode usar a força contra o presidente. Devem, primeiro, identificar claramente qual o motivo desta crise. Por que precisamos usar a força em algum momento?”, disse o assessor.

Gbagbo alega que a votação do dia 28 de novembro – que tinha como objetivo unificar o país após a guerra civil iniciada em 2002 – foi fraudada em áreas do norte do país, controladas por rebeldes aliados a Ouattara.

A comissão eleitoral do país declarou Ouattara vencedor do pleito, mas o Conselho Constitucional deu a vitória a Gbagbo, a despeito de queixas da comunidade internacional.

Ouattara e seus simpatizantes estão isolados em um hotel no centro de Abidjan, protegidos pelas tropas de paz da ONU.

Fontes