7 de março de 2008

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O ex-tenente Gastão Salsinha pediu mais tempo para reunir os últimos dois homens de seu grupo e prometeu se entregar na segunda-feira, afirmou nesta sexta o procurador-geral da república do Timor Leste, Longuinhos Monteiro, que voltou a Dili após quatro dias de negociações com Gastão Salsinha para relatar às autoridades do país o resultado do contato com o ex-tenente.

"Salsinha está dando o seu melhor para contatar e convencer os últimos homens de seu grupo" a se entregar, afirmou Monteiro, em entrevista às 19h locais.

"Salsinha diz que tentaram um contato com esses dois homens, que fracassou", declarou Monteiro, revelando que buscou pessoalmente dois rebeldes em Suai (sudoeste do país) e Maliana (oeste).

Gastão Salsinha, líder dos rebeldes das Forças Armadas que abandonaram os quartéis em fevereiro de 2006, comanda o grupo de fugitivos que atacou a residência do presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, e a comitiva do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, no dia 11 de fevereiro.

Monteiro afirmou que Gastão Salsinha espera "justiça para ele segundo o sistema legal", mas que, ao mesmo tempo, tentou colocar condições para a sua rendição. "Durante a conversa, tivemos discussões, em especial por umas condições que são exageradas e eu não posso aceitar", explicou.

Nesta sexta-feira, o comando da operação "Halibur" - encarregada de prender Salsinha - prometeu avançar no terreno com "ações de persuasão". O general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-maior das Forças de Defesa do Timor Leste, afirmou que "a brincadeira acabou" nesta sexta e que forças timorenses e internacionais vão partir para cima do ex-tenente caso ele não se entregue.

Taur Matan Ruak, que apresentou nesta sexta a estrutura da operação "Halibur" à comunidade diplomática, afirmou que as ações contarão com a participação das Forças de Estabilização Internacionais (ISF). As ISF reúnem cerca de mil militares e meios aéreos australianos e neozelandeses.

Caso o grupo de Gastão Salsinha não se entregue, as forças conjuntas podem fechar cerco aos rebeldes a partir de Balibó, Maliana e Ermera, explicou nesta sexta o líder militar aos embaixadores e diplomatas. "O melhor caminho para Salsinha é cooperar conosco. O que lhe damos é uma oportunidade para resolver seu problema", declarou Taur Matan Ruak aos jornalistas.

"Não o quero morto. Quero-o vivo para ele contar o que andou fazendo nestes dois anos", respondeu Ruak, quando questionado sobre os objetivos da operação "Halibur" a partir desta sexta-feira.

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