1 de agosto de 2006

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Um ataque aéreo israelense parece ter sido responsável pela demolição de um edifício de três andares no vilarejo de Qana no sul do Líbano. Segundo a Cruz Vermelha, morreram pelo menos 28 civis, inclusive 19 crianças, os quais procuravam abrigo no edifício. A polícia libanesa informou um número de mortes duas vezes maior: 56, e que morreram 37 crianças.

Um funcionário da equipe de resgate disse "as vítimas todas parecem ser civis, mulheres e crianças". Abu Shadi Jradi, um funcionário da defesa civil, disse que os corpos de pelo menos 27 crianças foram encontrados em meio às pedras.

Um morador, Mohammed Ismail, disse: "queremos que isto pare. Que Deus tenha piedade das crianças. Eles vieram aqui para evitar a luta. Eles estão batendo em crianças para colocar os rebeldes de joelhos."

Jim Muir, um correspondente BBC disse: "o edifício de três andares onde famílias se protegiam no térreo foi destruído por uma enorme cratera lateral causada por uma bomba israelense". E acrescentou "em outros lugares em Qana e ao longo de estradas em Tiro, muitos edifícios foram esmagados do mesmo modo."

O Ministro das Relações Exteriores do Líbano, Tareq Mitri, exigiu uma investigação internacional para o incidente e clamou por um imediato cessar-fogo. Ele disse: "Isto é um deliberado massacre contra civis. Aos civis em Qana foi dada a escolha entre se abrigar ou partir porque pediram que partissem. Mas como ele poderiam partir se todas as estradas foram bombardeadas? "

Mitri disse que o governo libanês tem um plano para acabar com o conflito, que inclui a entrada de tropas de uma força-tarefa internacional no sul do Líbano, além da libertação de prisioneiros israelenses e libaneses. Todavia o ministro disse que a solução só pode ser negociada depois de um cessar-fogo.

Uma sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi convocada depois do incidente em Qana.

Durante a reunião, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, disse que precisa haver logo um cessar-fogo e disse: "Nós devemos condenar esta ação nos mais possíveis termos, e eu apelo a vocês para que façam o mesmo".

Resposta israelense

O Primeiro-Ministro Ehud Olmert disse sentir-se "profundamente desgostoso" mas adiantou que Israel não declararia um cessar-fogo até que fossem atingidos os objetivos estabelecidos no início da guerra. Olmert, respondendo à crítica internacional, disse que o Hizbollah usava Qana como uma base para lançamento de centenas de foguetes contra Israel.

Um alto comandante de força aérea israelense disse que Israel bombardeou o edifício em Qana na suposição de que ele era usado por militantes do Hizbollah e não por civis inocentes. Segundo o comandante: "se nós soubéssemos que havia tantos civis no interior, principalmente mulheres e crianças, certamente não o teríamos atacado".

O embaixador de Israel Dan Gillerman pediu desculpas e disse em alusão às vítimas de Qana: "Elas são vítimas do terror. Se não houvesse Hizbollah, isto nunca teria acontecido".

Fontes