25 de agosto de 2020

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O movimento Sleeping Giants Brasil (Gigantes Adormecidos Brasil) anunciou hoje de manhã em seu Twitter que a "justiça determinou que o Twitter Brasil revele dados de criadores da página Sleeping Giants". A conta foi criada em maio de 2020 e a Sleeping se autodefine como "uma luta coletiva de cidadãos contra o financiamento do discurso de ódio e das Fake News!"

Segundo o Ecoa - UOL, a determinação seria da juíza Ana Paula Caimi, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

No dia 20 passado, o Sleeping já havia postado nas redes sociais que estava sendo investigado por um delegado da PF sem qualquer motivo. "Percebemos então que é hora de nos posicionarmos sobre quem somos, para que a narrativa não fique nas mãos de radicais". Neste dia, o movimento postou nove pontos para se definir:

  1. A internet é um espaço aberto a todas as visões políticas e opiniões. Mas de uns anos pra cá, articulações de ódio e de notícias falsas começaram a crescer muito. Sites, páginas e perfis foram criados nesse sentido.
  2. Esses grupos de ódio representam uma ameaça à própria liberdade de expressão. Seus objetivos são de destruir reputações com notícias falsas, compartilhamento em massa em grupos de whatsapp e lavagem cerebral com informações intencionalmente mentirosas.
  3. Com o tempo, esses grupos se profissionalizam, criando formas de arrecadar dinheiro p/ sustentar suas operações. Surgem os cursos, sites com publicidade, canais de Youtube, etc. É aí que a coisa fica extremamente séria e o Sleeping Giants surge. Vamos lá!
  4. O que acontece com o crescimento desses grupos, sites, cursos e perfis de notícias fraudulentas e articulação do ódio? A internet se torna um local cada vez menos seguro, tanto para a sociedade, quanto para empresas anunciantes.
  5. Quando uma empresa anuncia no Google Adsense, por exemplo, ela não sabe quais serão os sites que exibirão sua marca. Com isso, seu anúncio pode aparecer em sites de ódio e notícias fraudulentas, financiando esses grupos criminosos e se associando indiretamente a eles.
  6. O papel do Sleeping Giants é trazer a atenção geral para essas questões. Mostrar para as empresas quando suas marcas estão sendo estampadas nesse tipo de site, para que elas possam decidir se seguirão financiando a articulação do ódio e notícias fraudulentas, ou não.
  7. Para o Sleeping Giants, não interessa partido, visão política ou crença religiosa. A internet é um espaço de todos, de liberdade de informação, expressão e associação. Contudo, a desinformação e o discurso de ódio não têm lugar e devem ser combatidos.
  8. O Sleeping Giants é um movimento e não um indivíduo. Os nomes pouco importam, porque o Sleeping Giants é um coletivo.
  9. Todos nós somos Sleeping Giants e vamos continuar esse trabalho!

Censura e "briga" com bolsonaristas

De acordo com a colunista Bianca Santana do Ecoa, no UOL, "o delegado da polícia federal — aquela polícia que, segundo o presidente deve proteger seus amigos e familiares — Ricardo Filippi Pecoraro, que abriu inquérito contra os Sleeping Giants, é cunhado de Flavio Morgenstern, editor do Senso Incomum. Aquele condenado a indenizar Caetano Veloso em R$ 120 mil. No Brasil da familícia Bolsonaro essas ligações sempre aparecem. E tem sempre mais: o delegado Pecoraro foi colega de Eduardo Bolsonaro, quando ele era escrivão de polícia. Tudo entre amigos e em família".

A "briga" com os bolsonaristas começou logo após o Sleeping Gians ser criado. "Com quatro dias de vida, o perfil Sleeping Giants Brasil, do Twitter, conseguiu atingir em cheio um dos principais sites de fake news do Brasil, o "Jornal da Cidade Online". A tática dele não é checar o que é mentira nas publicações, mas atingir onde dói: o bolso. "Vai continuar a financiar a propagação de notícias falsas?", pergunta. Ao expor publicamente as empresas que anunciaram em páginas assim, fez mais de 20 pularem fora", escreveu o UOL Tilt em maio passado.

Fontes