Agência VOA

14 de julho de 2009

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Para a promotoria pública, o cérebro da tentativa de assassinato de José Ramos-Horta foi Angelita Pires, australiana de origem timorense.

Angelita mantinha uma relação com o líder rebelde Alfredo Reinado, morto no ataque contra o presidente Ramos Horta. Segundo os acusadores, Angelita suplicou a Reinaldo que matasse a elite política leste-timorense.

Angelita está agora a ser julgada em Dili, juntamente com 26 suspeitos rebeldes, num caso que deverá levar meses.

Mas Angelita Pires nega as acusações insistindo ser vítima de uma conspiração.

Tudo isto é uma invenção, uma armadilha. Sou inocente e vou dizer ao mundo que não há justiça em Timor Leste. Que a justiça serve (apenas) os interesses de uma meia dúzia de poderosos indivíduos. Que não há justiça para o vulgar cidadão

Angelita Pires

A equipa de defesa de Angelita sustenta que o caso contra ela é infundado.

A ré é acusada de envolvimento no ataque em 2008 contra Ramos Horta, em Dili, que o deixou à porta da morte com ferimentos de balas. Horta foi gravemente ferido e salvou-se devido à intervenção rápida dos capacetes azuis que o transferiram para um hospital na Austrália.

O ataque contra Horta e a tentativa de assassinato do então primeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, forçaram as autoridades a declarar o estado de emergência.

Os suspeitos dos ataques são antigos soldados, que se encontravam em fuga, desde as manifestações anti-governo de 2006, de que resultaram mais de 30 mortes. Protestos causados pela decisão de despedir 600 soldados que se queixavam do salário auferido e de discriminação.

Timor Leste continua a tentar construir uma sociedade estável e a impulsionar a sua economia, sete anos após a sua independência.

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