17 de novembro de 2020
A falta de empregos em Angola afecta particularmente a faixa juvenil que desespera-se ante a situação que tornou-se mais complexa com a pandemia da COVID-19.
A ministra da Administração Pública Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, reconheceu recentemente que o desemprego juvenil é uma preocupação do Executivo, que tudo está a fazer para, não acabar, mas pelo menos, minimizar esse défice.
A procura por uma oportunidade de emprego é grande e as ofertas são escassas para não dizer quase nenhumas.
“O nosso Governo não está preparado para dar solução aos problemas dos jovens, olhe que neste momento estou aqui a andar com o currículo e ando a bater portas e nada, apesar de estar ainda a me formar, mas as oportunidades são raras, depois estamos num país onde o emprego é muito dependente do Estado e não devia ser assim, o Estado deveria potenciar o surgimento de mais empresas privadas", afirma um dos entrevistados pela agência VOA.
Helena, que se identifica apenas com o primeiro nome, tem 33 anos de idade e diz que perdeu o emprego devido à COVID-19.
"O emprego está difícil sim, os jovens querem contribuir, mas onde é que está o emprego? O nosso Governo deve ver esta situação que afecta sobretudo os jovens", afirma Helena.
Outra jovem que se apresenta como Elizandra diz que a pandemia atrapalhou as coisas e pede ao Presidente para cumprir as promessas feitas.
"Estou sem emprego, já meti documentos, com esta pandemia está difícil conseguir um emprego, segundo o Presidente da República iriam ser abertas muitas empresas este ano, até agora não estamos a ver nada”, lamenta, questionando “se no próximo ano, o último do seu reinado, as coisas vão melhorar".
Luis,de 23 anos de idade, considera que a Covid-19 não é a culpada pelo desemprego dos jovens.
"A Covid-19 não trouxe o desemprego, só veio destapar o problema porque sempre houve desemprego entre os jovens, a doença só veio tirar mais oportunidades de emprego para a juventude, não podemos atirar as culpas à Covid-19, são problemas com os quais lidamos sempre", remata.
O Instituto Nacional de Estatísticas revelou a 31 de outubro que a taxa de desemprego em Angola aumentou no terceiro trimestre para 34%, 1,3 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores (32,7%) e 3,9 pontos percentuais face ao período homólogo (30,1%).
Fontes
- Jovens angolanos gritam por empregos — Voz da América, 17 de novembro de 2020
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