Brasil • 28 de dezembro de 2008

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A Força Aérea israelense realizou hoje (28) novos bombardeios na Faixa de Gaza, um dia após uma série de ataques contra alvos no território palestino que deixaram, segundo autoridades palestinas, quase 300 mortos e mais de 700 estão feridos. Se o número de mortos for confirmado, o dia de ontem (27) terá sido o mais sangrento na história do território palestino. Os bombardeios deste domingo alvejaram o principal centro de segurança do Hamas, a sede de um canal de TV de propriedade do grupo islâmico e até uma mesquita, onde segundo autoridades israelenses, abrigaria militantes palestinos.

O governo de Israel alertou que poderá iniciar operações militares por terra na Faixa de Gaza, se os disparos com foguetes por militantes palestinos contra alvos no sul de Israel não cessarem. Israel alega ter lançando os ataques como retaliação pelos ataques com foguetes lançados da Faixa de Gaza contra o sul de seu território. Militantes palestinos realizam esse tipo de ataque freqüentemente, e grande número de disparos foi efetuado nos últimos dias, causando vítimas do lado israelense. Ontem, em resposta imediata aos ataques da aviação israelense, militantes palestinos dispararam foguetes do tipo Qassam contra o sul de Israel. Um israelense na cidade de Netivot, 20 km ao leste da Faixa de Gaza, morreu.

Já o Hamas responsabiliza os israelenses pela crise humanitária na Faixa de Gaza. O território palestino, controlado pelo Hamas e onde moram um milhão e meio de pessoas, vive uma situação descrita como "catástrofe humanitária", por conta de um bloqueio de mais de 18 meses imposto pelo governo de Israel à região, que levou a escassez de alimentos, remédios e combustível. Autoridades israelenses, entretanto, defendem o bloqueio, dizendo que ele é necessário para isolar o Hamas e impedir que militantes palestinos disparem foguetes contra cidades israelenses na fronteira.

Desde a madrugada de hoje, havia concentração de tanques e tropas na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Ainda hoje, o governo israelense aprovou a convocação de mais de 6 mil reservistas com o objetivo de apoiar os bombardeios aéreos. De acordo com jornal israelense Haaretz, o número de convocações de reservistas pode aumentar, na maior ofensiva do país desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.

O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, acusou Israel de ter promovido "um massacre" e convocou os palestinos para uma terceira Intifada, ou levante, contra o Estado judeu. A organização controla a região desde que expulsou as forças da facção rival, o Fatah, em junho de 2007. Na Cisjordânia, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e que pertence ao Fatah, condenou os ataques e pediu calma. A Liga Árabe deve se reunir na próxima quarta-feira (31), no Cairo, para avaliar os ataques, segundo o secretário da entidade, Amre Moussa.

Em uma sessão de emergência, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez um apelo pelo fim imediato da violência na Faixa de Gaza, no entanto, o texto não menciona explicitamente Israel nem o Hamas. Já o governo dos Estados Unidos culpou o Hamas pela nova onde de violência na região. Em informe da chancelaria da Rússia, o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, pediu à sua colega de Israel, Tzipi Livni, que cesse a operação militar em Gaza.

Mas em encontro semanal com o conselho de ministros, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse que seu governo prosseguirá com a ofensiva militar, agindo com "sensatez, paciência e firmeza" até "alcançar os resultados desejados".

Fontes