18 de abril de 2022

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Agência VOA

Isolada na geopolítica e na economia por causa da invasão à Ucrânia, o governo da Rússia recorreu ao Brasil para ajuda, particularmente no Fundo Monetário Internacional, G20 e do Banco Mundial.

A carta foi endereçada ao Ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, pelo ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov. Segundo ele, há tentativas nos bastidores para limitar ou até expulsar a Rússia da tomada de decisões nos órgãos.

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse, após o envio da carta, que a invasão da Rússia à Ucrânia é inadmissível, mas voltou a criticar a sanções impostas a Moscovo

“As sanções podem agravar os efeitos económicos do conflito e impactar as cadeias de suprimento de produtos essenciais, como alimentos e insumos básicos. Por sua seletividade, as sanções tendem a preservar os interesses imediatos de um pequeno grupo de países — prejudicando a larga maioria, sobretudo dos países em desenvolvimento.

Nas assembleias da ONU, o Brasil chegou a condenar o conflito na Ucrânia, e insiste em dizer que o país está neutro. Essa postura acontece pela proximidade do presidente brasileiro a Vladimir Putin.

Dias antes de o conflito começar, Bolsonaro fez uma visita ao presidente russo em Moscovo.

A carta, segundo o professor de relações internacionais, Vinicius Rodrigues Vieira mostra a força de Putin.

“É uma demonstração de que a Rússia é capaz sim, de manter relações com países distantes e na esfera da influência americana, mesmo se comportando como um estado pária na comunidade internacional”, diz Vieira.

Na economia, o Brasil é dependente da Rússia na agricultura. Isso porque os russos são um dos maiores exportadores de fertilizantes do mundo.

“Pro agronegócio brasileiro é o principal insumo para manter a nossa força no mercado internacional. Portanto, o Brasil poderia ganhar, sem dúvida, mais presença no mercado russo pro agronegócio.”

Para Bolsonaro, estar próximo a Putin também é benéfico, dizem analistas, que consideram o facto de tentar a reeleição neste ano.

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