1 de agosto de 2005

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O Irão decidiu retomar suas atividades nucleares . A decisão vem depois de o país ter lançado um ultimato à União Européia (UE) para que ela apresentasse agora um plano de incentivos econômicos. A UE se recusou e argumentou que o prazo pactuado para a apresentação do plano vai até 7 de agosto.

A UE, encabeçada pelo grupo conhecido como E-3 (Reino Unido, França e Alemanha) ofereceu ao Irão uma proposta, que está em andamento, de um plano de incentivos econômicos para a suspensão do programa nuclear do país, que esteve oculto durante 18 anos. Sábado passado, Teerão lançou um ultimato à UE que exigia para que fosse logo apresentado o plano de incentivos econômicos, do contrário na segunda-feira (1) retomaria suas atividades nucleares. Ante estas declarações desafiadoras por parte das autoridades iranianas, a UE advertiu que a retomada do programa nuclear será "inútil e prejudicial" para o Irão e comunicaram às autoridades iranianas que o plano estará pronto para a data combinada de 7 de agosto.

Ao conhecer a negativa da UE de apresentar o plano, antes de 7 de agosto, o Irã decidiu na última segunda-feira (1) reativar seu programa nuclear, pondo em funcionamento a planta nuclear de Isfahan.

O governo iraniano assegura que sua atividade nuclear tem fins exclusivamente civis, enquanto a UE e os Estados Unidos da América temem que seu destino seja a criação de armamento nuclear.

Conseqüências

A decisão do Irão poderia levar à sanções por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde há tempos os EUA reclamam do Irão. O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) é o encarregado agora de analisar a situação e decidir se o caso deve ser enviado ao Conselho de Segurança.

Reações

A Rússia pediu à comunidade internacional que não se tomem medidas sancionadoras contra o Irão por causa da reativação de seu programa nuclear. O Chefe de Assuntos Exteriores russo considera que o "Irão não violou nenhuma de suas obrigações internacionais sobre não proliferação de armas nucleares" e que o Irão tem "direito a desenvolver energia nuclear com fins pacíficos, incluído a fabricação de combustível nuclear".

O representante russo adicionou que impor sanções ao Irão não seria conveniente, já que poderia levar a uma situação de relações como a que atualmente existe entre EUA e Coréia do Norte. Ele tem esperanças de o assunto não ser levado ao Conselho de Segurança.

Fontes