4 de novembro de 2020

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Um grupo de insurgentes decapitou 12 pessoas em ataques a 11 aldeias do distrito de Muidumbe, na província moçambicana de Cabo Delgado, voltando a provocar pânico.

A nova investida iniciou-se no sábado, 31, com a decapitação de nove pessoas. Outras duas aldeias foram atacadas na segunda-feira, onde outras três pessoas foram decapitadas.

“Os al-saabab (nome com o qual são conhecidos os insurgentes) continuam lá nas aldeias hoje (terça-feira), e queimaram casas da população e instituições do Governo (públicas)”, contou um morador.

O grupo ocupou primeiro a aldeia de Namacule e começou a lançar as investidas contra outras aldeias, sem nenhuma resposta das Forças de Defesa e Segurança (FDS), que intervieram depois da tomada de algumas aldeias.

“Muitas pessoas estão a fugir de novo. Tínhamos ficado muitos meses sem ser atacados por al-shaabab, mas agora vieram mais”, explicou outro morador.

O distrito de Muidumbe foi atacada no inicio de abril, quando foi tomada a sede distrital por insurgentes que controlaram a vila por várias semanas, mas desde então não foram registadas incursões de dimensões como as do fim de semana, explicaram as fontes que temos vindo a citar.

Muidumbe fica mais a sul de Mocímboa da Praia, cuja vila e o porto foram capturados e continuam sob o controlo dos insurgentes desde Agosto.

Numa carta que circulou nas redes sociais, o administrador de Muidumbe, Saide Aly Chabane, tinha ordenado que os funcionários e agentes do Estado afetos àquele distrito se apresentassem nos seus postos de trabalho até o fim deste mês para o reinicio das atividades do governo paralisados há vários meses.

Dados da polícia e do Estado Islâmico

Entretanto, dados apresentados pelo Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, indicam que os insurgentes mataram 270 pessoas, nos últimos três meses, nos distritos afetados pelo terrorismo em Cabo Delgado.

Segundo o comandante, 50 elementos das FDS ficaram feridos em confrontos com os insurgentes naquele distrito, de acordo com os dados que ele apresentou no XX Conselho coordenador do Ministério do Interior, realizado fim de semana em Pemba, a capital de Cabo Delgado.

Num comunicado divulgado pela Amaq News Agency, ligada ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), lê-se que os jihadistas tomaram aldeias do distrito de Muidumbe, capturaram alguns soldados moçambicanos e recolheram algumas armas e munições.

Em outubro, as forças governamentais reivindicaram terem desativado dois acampamentos dos insurgentes em duas grandes operações na área de Cagembe, no distrito de Quissanga, mais a norte de Muibumbe.

A última vaga de deslocados provocada pela guerra em Cabo Delgado, colocou mais de 11.200 pessoas em fuga para a capital provincial, Pemba, em duas semanas, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas.

Fontes