13 de setembro de 2024

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A inflação desacelerou para todas as faixas de renda em agosto, na comparação com julho. Para as famílias de renda muito baixa, a taxa recuou de 0,09% para -0,19% no mês passado. Já para as famílias de renda alta, que registraram alta de 0,80% em julho, o resultado de agosto ficou em 0,13%. Os dados compõem o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Com os dados de agosto incorporados, todas as classes de renda apresentaram desaceleração da sua curva de inflação acumulada em doze meses. As famílias de renda muito baixa tiveram a menor taxa de inflação acumulada nesse período (3,72%), enquanto a faixa de renda alta registrou a taxa mais elevada (4,97%).

Os grupos “alimentos e bebidas” e “habitação” foram os principais pontos de descompressão inflacionária para praticamente todos os estratos de renda. As deflações registradas em segmentos importantes, como cereais (-1,3%), tubérculos (-16,3%), hortaliças (-4,5%), aves e ovos (-0,59%), leites e derivados (-0,05%) e panificados (-0,11%), causaram um forte alívio inflacionário, sobretudo para as famílias de menor poder aquisitivo, dada a parcela proporcionalmente maior do seu orçamento gasta com a compra desses bens. Em relação à “habitação”, a queda de 2,8% nos preços de energia elétrica – refletindo o retorno da bandeira tarifária verde e das reduções tarifárias em algumas capitais – contribuiu para reduzir a inflação em agosto.

No caso das famílias de renda alta, mesmo com a deflação dos alimentos, da energia, e a queda expressiva de 4,9% nos preços de passagens aéreas, o reajuste de 0,76% das mensalidades escolares fez com que o grupo “educação” exercesse uma forte contribuição para a inflação dessa classe. O aumento dos planos de saúde (0,61%), dos serviços médicos e dentários (0,72%) e das despesas pessoais (0,25%) também ajuda a explicar esse quadro de pressão inflacionária nos segmentos de renda mais elevada, em agosto.

Na comparação com agosto de 2023, houve desaceleração da inflação corrente para todas as classes de renda, em especial para os segmentos de rendas mais baixas: as taxas de 0,13%, 0,18% e 0,23% observadas, nas três primeiras faixas, em agosto do ano anterior, contrastam fortemente com as respectivas deflações de 0,19%, 0,12% e 0,08% no mês passado.

A desaceleração da inflação corrente em relação ao registrado em agosto do ano passado é explicada, em grande parte, pela melhora no desempenho dos grupos “habitação” e “saúde e cuidados pessoais”. No primeiro caso, a alta no preço da energia elétrica em 2023 (4,6%) ficou bem acima da queda apontada em 2024 (2,8%). Já para o grupo “saúde e cuidados pessoais”, o alívio inflacionário em agosto deste ano veio da deflação de 0,18% dos artigos de higiene, que contrasta com os reajustes de 0,81%, em agosto de 2023.

Fontes

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