Huesca, Espanha • 18 de março de 2009

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Uma caverna com restos de mais de 8000 anos, é reduzida a um presépio pela intervenção de uma maquinaria de uma empresa. Ecologistas en Acción está estudando personagens nas diligências que se abram pelo trecho.

Completamente arrasado. Assim havia quebrado o local neolítico da Cuerva de Chaves, no município de Casbas (Huesca), um dos mais importantes da Espanha com a cueva valenciana del Or.

Desde a descoberta em 1984, a Universidade de Zaragoza e o Museu de Huesca havia desenvolvido conjuntamente escavações sobre sedimentos com uma antiguidade superior a 8000 anos, entre os que havia aparecido cantos pintados, numerosas peças de cerâmica e 12.000 fósseis ungulados e um enterro.

Atualmente, o local se encontra em uma finca privada funcionava como uma caça pertencente à empresa Fimbas. Recentemente ele introduziu máquinas na zona, eliminando 7.000 metros cúbicos de terra, com o objetivo de preparar para os animais. Com isto, teria removido os restos neolíticos e havia causado "destroços de um valor inestimável", segundo especialistas.

Se tratava de "uma caverna muito importante com uns níveis de neolítico e paleolítico excepcionais", segundo Vicente Baldelleu, diretor do Museu de Huesca e responsável pela escavação do local. Foi precisamente o próprio Baldelleu que deu voz de alarme sobre o estado de conservação ao realizar uma visita há vários dias.

Ao conhecer o ocorrido, o Governo de Aragão enviou técnicos para avaliar os danos e puseram uma denúncia ante ao Fiscal (Procuradoria) “para que se inicie as ações judiciais oportunas para apurar as responsabilidades", já que é um "terreno protegido com uma declaração como entorno do bem e interesse cultural".

A associação Ecologistas en Accion havia se mostrado “totalmente indignada” ante o que considera “um grave atentado ao patrimônio cultural, natural e histórico”. A organização havia anunciado em seu página da web que estão estudando pessoalmente nas diligências que se abram por esse fato e consideram que, para além das responsabilidades da empresa, “poderia haver uma clara negligência por parte do Governo de Aragão”.

Por outro lado, a Chunta Aragonesista havia registrado várias perguntas parlamentares sobre a destruição do local e foi considerado o fato de "gravíssimo".

O porta-voz de Cultura nas Cortes, Nieves Ibeas, que queria conhecer quais as tarefas de controle se haviam levado a cabo para proteção do local e saber que investigação se seguirá desde o partir do Conselho do Meio Ambiente e que medidas se exigirão as responsabilidades.

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