Agência Brasil

5 de novembro de 2009

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O governo de transição de Honduras será instaurado hoje (5), confirmou a comissão criada para acompanhar a execução do acordo político firmado entre o governo golpista e o deposto. No entanto, representantes do presidente deposto, Manuel Zelaya, querem a sua presença no novo governo, o que não estaria garantido pela comissão.

O secretário norte-americano para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, disse que a recondução de Zelaya à presidência não é uma exigência para o governo de transição começar a funcionar. A declaração, segundo o diplomata brasileiro Lineu de Paula, que está na Embaixada do Brasil em Honduras, não foi bem recebida por Zelaya. "O presidente ficou muito chateado e escreveu uma carta para a Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, perguntando qual o papel de Thomas Shannon nessa negociação”, contou de Paula.

Outro membro da comissão, o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, disse que, anteontem (3) conversou com o presidente golpista, Roberto Micheletti, e ele admitiu abrir mão da presidência. Mas na entrevista coletiva convocada pela comissão, Lagos evitou falar sobre o impasse na recondução de Zelaya ao cargo. Lagos disse apenas que “a solução deve vir passo a passo” e que todos os lados têm que ser capazes de avançar em temas considerados, por ele, mais importantes, como o governo de reconciliação nacional.

Segundo representantes de Micheletti e de Zelaya, os nomes que vão compor o governo de transição ainda estão sendo estudados. Mas o representante de Zelaya na comissão, Jorge Reina, alertou que esse governo só pode começar a funcionar se o presidente deposto voltar à presidência. “O certo é que o presidente Zelaya volte. Ao se estabelecer um governo de reconciliação nacional, que reverte as coisas ao estado de antes de 28 de junho, o presidente se chama José Manuel Zelaya”, disse Reina.

A secretária de trabalho dos Estados Unidos, Hilda Solís, que integra a comissão, disse que espera que as eleições ocorram no fim do mês. “O acordo prevê a instalação de um governo de transição até o dia 5. Esperamos que isso aconteça e que haja eleições tranquilas”, disse Solís.



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