Agência Brasil

21 de janeiro de 2009

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A Igreja Apostólica Renascer em Cristo tem até as 15h de hoje (21) para apresentar um plano de demolição das paredes laterais que restaram do desabamento ocorrido na noite do último domingo (18). O acidente ocorreu na sede mundial da igreja, na unidade da avenida Lins de Vasconcelos, no bairro do Cambuci, zona sul da cidade de São Paulo, e deixou nove mortos até agora e mais de cem feridos.

De acordo com nota do Ministério Público, o plano é uma exigência com base na avaliação apresentada pela Subprefeitura da Sé, indicando riscos de “as paredes ruírem sobre imóveis vizinhos e freqüentadores do entorno”. O desabamento começou com a queda do teto a partir do lado direito do altar, e logo em seguida, toda a estrutura da cobertura com telhas de amianto, vigas de madeira e pedaços de metal, além de outros objetos como caixa d'água, ar condicionado e aparelhos de som e de iluminação caíram sobre os fiéis.

Por medida de cautela, a Defesa Civil interditou nove imóveis ao lado do prédio da igreja, sendo oito casas e um estabelecimento comercial, que podem ser abalados caso ocorram novos desabamentos. Além disso, estão suspensos os trabalhos dos peritos do Instituto de Criminalística, que só poderão entrar no local após a retirada dos escombros.

O acordo determinando prazo para a igreja contratar uma empresa de engenharia e definir o plano para a demolição foi assinado ontem (20) pelo bispo Geraldo Tenuta Filho, presidente da Igreja Renascer. O plano terá de ser submetido à apreciação do Ministério Público e da Subprefeitura antes de a obra ser realizada.

A promotora Mabel Tucunduva também solicitou à diretoria do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), órgão vinculado à Secretria Municipal de Habitação, o processo de revalidação da licença de funcionamento do templo. O diretor do órgão será intimado a depor. A obra da reforma realizada na igreja, em final do ano passado, não tinha registro no Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado (Crea) e nem na Prefeitura.

Em nota, a igreja Renascer procurou se eximir de culpas pela tragédia e transferiu as responsabilidades da reforma à empresa Etersul Coberturas e Reformas Ltda., contratada para os serviços em julho de 2008.

“Nas 14 cláusulas contratuais, muito claramente, especificadas, a empresa se comprometeu a arcar com todas as questões relativas à obra, incluindo sua legalização, regularização junto a toda e qualquer instituição, seja administrativa ou trabalhista”, salienta a nota, acrescentando que o orçamento apresentado atingiu R$ 70 mil. Uma das tarefas combinadas foi a de realizar a cobertura com telhas novas de fibrocimento.

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