12 de novembro de 2020
A polícia angolana usou balas, gás lacrimogéneo e cães para dispersar manifestações pacíficas contra o Governo, que provocaram a morte de uma pessoa em Luanda ontem, disse em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 12, a organização não governamental Human Rights Watch (HRW).
Na nota, a HRW diz que “a polícia espancou severamente os conhecidos activistas Nito Alves e Laurinda Gouveia, ambos em estado crítico, e prendeu arbitrariamente um terceiro ativista, Luaty Beirão”.
A organização de defesa dos direitos humanos refere-se a “imagens divulgadas nas redes sociais que mostram pessoas a correr pelas ruas de Luanda, à procura de um lugar para se esconderem enquanto a polícia atirava indiscriminadamente e usava gás lacrimogéneo”.
“Os polícias também espancaram os manifestantes com cassetetes, lançaram-nos dentro dos carros da polícia e os levaram para locais desconhecidos”, disseram testemunhas citadas pela HRW.
Zenaida Machado, investigadora sénior da HRW para África Austral, diz que “os disparos da polícia contra manifestantes pacíficos são escandalosos e também criminosos” e acrescenta que “o Governo deve investigar exaustivamente o uso pela polícia de força letal desnecessária e responsabilizar os responsáveis”.
“O Governo angolano não deve usar as medidas da Covid-19 como desculpa para o policiamento e a repressão violenta de protestos pacíficos”, reitera Machado, que exige ao Executivo que tome "medidas concretas contra aqueles que cometem abusos contra manifestantes pacíficos”.
Fontes
- HRW condena carga policial angolana sobre manifestantes e pede responsabilização dos seus autores — Voz da América, 12 de novembro de 2020
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