9 de junho de 2022

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Agência VOA

O Presidente da Guiné-Bissau nomeou nesta quinta-feira (9), o novo Governo que vai organizar as legislativas antecipadas de 18 de dezembro, em virtude da dissolução do Parlamento no passado dia 16 de maio.

O Executivo vai ter 23 ministérios e 12 secretarias de Estado, mas, ao contrário do que foi anunciado, não tem qualquer elemento do Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau (PAIGC), nem dos demais partidos na oposição.

Os partidos que integravam o anterior Governo são os mesmos que suportam este novo elenco, PRS, MADEM-G15 e APU-PDGB.

Em termos de novidades, há apenas quatro caras novas: o antigo Procurador-Geral da República e ex-conselheiro presidencial Fernando Gomes é o novo ministro da Administração Territorial e Poder Local, Agostinho Ntanté Dju é o secretário de Estado da Juventude e Formação Profissional, Maria de Fátima Mendes Alves Vieira, secretária de Estado da Gestão Hospitalar e Integração Regional e João Alberto Djata, secretário de Estado do Orçamento, função que já havia ocupado.

Dança de cadeiras

Suzi Barbosa, mantém a pasta dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades e Botché Candé continua como ministro de Estado, do Interior e da Ordem Pública.

O resto é dança de cadeiras.

Marciano Silva Barbeiro é o novo ministro do Estado da Defesa e Combatente da Liberdade da Pátria, substituindo no cargo Sandji Fati, que viu assim reduzido o seu protagonismo no Governo, ao assumir a pasta do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, função que era de Silva Barbeiro.

Nas Pescas, Orlando Mendes Viegas é quem passa a dirigir o pelouro, deixando o Ministério dos Recursos Naturais, que passa a ser assumido por Fernando Dias, com a categoria de ministro de Estado, deixando para trás a pasta da Administração Territorial e Poder Local.

Mário Fambé troca as Pescas pela Energia.

Enquanto isso, José Carlos Varela Casimiro, antigo secretário de Estado do Orçamento, subiu na hierarquia ao ser agora ministro da Economia, Plano e Integração Regional, cargo que já havia sido deixado por Victor Mandinga, antes da dissolução do Parlamento.

Mas há mais trocas.

Abas Djaló saiu da Educação para o Comércio e Tcherno Djaló deixou o Ministério Comércio para ocupar o pelouro da Educação.

Com 37 membros, incluindo o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam e o vice-primeiro-ministro, Soares Sambú, este Executivo, que tem um mandato até a posse do Parlamento a sair das eleições de dezembro, é ainda maior que o anterior.

O novo elenco deve tomar posse nas próximas horas.

De recordar que o Presidente Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento a 16 de maio por considerar que a décima legislatura convertera a Assembleia Nacional Popular num espaço de “guerrilha política e de conspiração”, acusando os deputados de terem conjugado os seus esforços com vista a fragilizar as instituições da República em vez de tudo fazerem para as fortalecerem.

“A crise política que pôs em causa o normal relacionamento institucional entre os órgãos de soberania tornou-se hoje um facto evidente. Com esta crise, esgotou-se também o capital de confiança entre os órgãos de soberania”, justificou o Presidente na altura.

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