Agência Brasil

Brasil • 30 de julho de 2009

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Preocupados com a disseminação da influenza A (H1N1), a gripe suína, entre a população carcerária, governos estaduais vêm adotando medidas para conter o surgimento da doença entre os presos, suscetíveis ao vírus devido à permanência em ambientes mal ventilados e em condições precárias de higiene. Outra preocupação dos responsáveis pelos presídios é quanto ao trânsito de funcionários e visitantes, que podem transportar o vírus para o interior das unidades prisionais.

Procurados pela Agência Brasil, os governos do Rio Grande do Sul, Rio de janeiro, de São Paulo e do Paraná afirmaram, por meio de suas assessorias, não ter registrado nenhum caso da nova gripe entre presos. Mesmo assim, dizem ter orientado os profissionais carcerários e de saúde sobre os cuidados extras que devem ser adotados em relação às unidades prisionais.

No Rio Grande do Sul, onde, até esta tarde, já haviam sido notificadas 21 mortes, não houve nenhum caso confirmado entre detentos. Segundo a assessoria da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susep), um caso suspeito, na cidade de Passo Fundo, motivou um pedido da Defensoria Pública para que a Justiça autorizasse o cumprimento de pena em regime domiciliar aos presos do presídio regional condenados ao regime aberto ou semiaberto. O pedido, no entanto, foi negado na última terça-feira (28) pela juíza substituta da Vara de Execução Criminal de Passo Fundo, Luciana Bertoni Tieppo.

Em nota, a Susep informou ter orientado os administradores das unidades carcerárias a, em casos de suspeita da gripe suína, encaminhar o preso para que um técnico de saúde do próprio estabelecimento avalie os sintomas. Caso o quadro clínico corresponda a um caso suspeito, o preso deve ser encaminhado para um hospital de referência.

No Rio de janeiro, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) garante ter implementado um plano de contingência já em maio, pouco tempo depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter dado o primeiro alerta sobre o surgimento da nova doença, em 24 de abril. O plano se baseia nas diretrizes gerais divulgadas pelo Ministério da Saúde.

No Paraná, a Secretaria de Justiça e Cidadania determinou que a triagem dos presos seja intensificada a fim de identificar eventuais casos da doença. Além disso, todas as pessoas que visitarem presos deverão responder a algumas perguntas antes de entrar nas unidades prisional. O objetivo é identificar se estas pessoas apresentam algum sinal ou sintoma compatível com a nova gripe, impedindo que elas ingressem no local caso apresentem algum sintoma suspeito.

As orientações da secretaria paranaense incluem a desinfecção periódica de celas de isolamento respiratório e a realização de uma avaliação clínica quando um detento for solto.

No caso de São Paulo, onde cerca de 150 mil presos estão distribuídos por 146 unidades prisionais, a Secretaria de Administração Penitenciária recomenda que o detento que apresente algum sintoma da gripe seja imediatamente transferido para a casa de saúde mais próxima.

Nos dois presídios federais já em funcionamento, cuja administração cabe ao Ministério da Justiça, não há qualquer plano de contingência para evitar a disseminação do vírus Influenza H1N1.

Fontes