23 de fevereiro de 2022

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Parlamentar Diosdado Cabello

O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela e parlamentar, Diosdado Cabello, disse que a Rússia tem "todo o direito de defender sua posição e seu território", referindo-se à crise com a Ucrânia.

“Quando países como a Rússia, como a China, como a República Popular da Coreia, como outros países os enfrentam, eles recorrem a essas coisas. Quem está atacando as populações é a Ucrânia e eles estão fugindo em direção ao bandido na Rússia. As pessoas estão se refugiando na Rússia porque estão sendo massacradas na Ucrânia", declarou em entrevista coletiva.

No entanto, após afirmar que a Venezuela não interfere nos assuntos internos de outros países, Cabello ressaltou que Rússia e Venezuela "são amigos".

Sobre a presença de soldados russos na Venezuela, o deputado disse que são invenções vindas da Colômbia e acusou o governo de Bogotá de não ter "moral".

"Que eles tenham não sei quantas bases militares, que as Forças Armadas sejam dirigidas pelos Estados Unidos para proteger a produção e o tráfico de drogas, é absolutamente imoral", disse.

“O medo é livre, temos equipamentos militares da Rússia e da China, também temos alguns que sobram dos Estados Unidos, que era o que foi comprado aqui antes. Para acordos comerciais e militares, não precisamos pedir permissão a ninguém”, continuou Cabello.

Governo classifica ação russa como "lamentável"

Entretanto, o Governo responsável pela Venezuela, reconhecido por dezenas de países, manifestou em comunicado a sua solidariedade com o Governo da Ucrânia face à "infeliz" realização de "uma ação unilateral de intervenção" por parte da Rússia, e definiu como "reconhecimento ilegal" para Donetsk e Luhansk.

"Rejeitamos e ignoramos essas supostas 'repúblicas' controladas pela Rússia e exigimos respeito ao direito de cada povo de escolher seu destino de forma autônoma", disse o comunicado.

O texto afirma que, apesar dos esforços das "grandes nações democráticas do mundo" para evitar um "cenário infeliz de confronto", a Rússia optou pelo caminho da "coerção e violência" para atacar uma nação soberana.

"Este é um fato que deve ser repudiado incondicionalmente por todos nós que nos consideramos democratas, enfrentando o autoritarismo global em todas as suas formas."

Em janeiro, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, levantou a possibilidade de enviar recursos militares para Cuba e Venezuela em caso de aumento das tensões com os Estados Unidos devido à presença de tropas russas na Ucrânia.

Pouco depois, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, admitiu no Twitter que “já existem relações de cooperação militar com Moscou” na Venezuela.

Fontes