Agência Brasil

Brasília, Distrito Federal, Brasil • 19 de maio de 2009

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Líderes da base governista do Senado estão reunidos com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para articular a composição e as indicações para a presidência e relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

A reunião ocorre no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB), sede provisória da presidência da República. Entre os participantes estão os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Gim Argelo (PTB-DF), Romero Jucá (PMDB-RR) e Aloizio Mercadante (PT-SP). O requerimento para a instalação da CPI da Petrobras foi lido no plenário do Senado na última sexta-feira (15) e assinado majoritariamente por parlamentares do PSDB e DEM.

Collor

O líder do PTB no Senado, Gim Argelo (DF) informou à Agência Brasil que o senador Fernando Collor (AL) vai ocupar a vaga a que o partido tem direito na CPI que vai investigar denúncias de irregularidades contábeis na Petrobras.

Sarney

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encaminha hoje aos líderes dos partidos ofício para que indiquem no prazo máximo de cinco dias os representantes na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Dessa forma, os trabalhos da comissão já podem ter início na semana que vem.

Sarney quer que a CPI seja instalada o mais rápido possível. “Hoje ainda vou expedir ofícios aos líderes para que se instale [a comissão] o mais rápido possível, dentro do prazo regimental.”

Questionado se a criação de uma CPI para investigar uma empresa do porte da Petrobras não poderia comprometer o desempenho da estatal, Sarney preferiu não emtitir opinião: “Como presidente da Casa, quero manter uma posição de presidente e não quero opinar sobre questões políticas que envolvem a comissão de inquérito”, disse.

CPI Mista

O deputado André Vargas (PT-PR) desistiu de coletar assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. O líder do partido, Cândido Vaccarezza (SP), já havia dito que é contrário à criação de uma CPI mista, formada por deputados e senadores, e, em reunião com a bancada na manhã de hoje (19), Vargas desistiu da ideia.

“Uma CPI mista foi descartada e não vamos coletar assinaturas. A oposição não está unida nessa questão”, afirmou o deputado. Ele disse que o partido pretende se unir a movimentos sociais para mostrar que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para apurar denúncias sobre a estatal será usada como instrumento político pelo PSDB, autor do requerimento que pediu a investigação. “A pressão popular vai mostrar para o PSDB que não podemos jogar sob os holofotes e desestabilizar um patrimônio nacional.”

Na quinta-feira (21), o partido pretende se unir à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Federação Única dos Petroleiros (FUP), entre outras entidades, para dar um abraço simbólico em torno do prédio da Petrobras, no Rio de janeiro.

Relatoria e Presidência da CPI

Dificilmente, a base aliado ao governo cederá ao PSDB um dos cargos de direção (presidência ou relatoria) da CPI da Petrobras. Autor do requerimento de instalação da comissão parlamentar de inquérito no Senado, o PSDB reivindica um dos dois cargos. A informação foi dada pelo líder do PDT no Senado, Osmar Dias (PR), que participou reunião hoje de manhã de reunião entre líderes da base aliada e o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

“Na reunião, não vi esse espírito, não. Ao contrário, foi argumentado que o PSDB não cedeu qualquer espaço [nas CPIs] ao PT quando era governo”, afirmou o líder pedetista. Dias reúne sua bancada às 16 horas para decidir quem representará o partido na vaga a que tem direito na CPI.

De acordo com o senador, a estratégia dos governistas é indicar seus representantes até amanhã (19), ou, no máximo, quinta-feira (20). O líder do PDT disse ainda que foi proposto que os líderes dos partidos governistas fossem os titulares na comissão, sob o argumento de que o debate precisa "ser aprofundado”.

Entretanto, Osmar Dias considera difícil viabilizar tal proposta, uma vez que, segundo ele, as bancadas têm vários nomes capazes de preservar uma investigação qualificada. Ele citou o exemplo do PTB, que indicou o senador Fernando Collor de Mello (AL) para a comissão.

O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), não participou da reunião com José Múcio. Segundo Osmar Dias, o líder do PMDB chegou ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do Executivo, já no final do encontro. Os peemedebistas têm a maior bancada do Senado e, no bloco PMDB-PP, tem direito a três representantes na CPI.

Reunião

O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, negou hoje (19) que o PMDB, partido que integra a base aliada do governo, não tenha trabalhado para impedir a instalação da CPI da Petrobras no Senado.

“É nosso grande parceiro. O PMDB trabalhou durante o dia, falei muitas vezes com o Romero [Jucá, líder do governo no Senado], com o líder Renan [Calheiros, líder do PMDB], os ministro do PMDB se envolveram, o ministro Lobão [Edison Lobão, de Minas e Energia] trabalhou o dia inteiro”, disse Múcio, após reunião de líderes de partidos da base aliada do governo no Senado para discutir a composição da CPI da Petrobras.

Múcio afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “absolutamente tranquilo” em relação à CPI. Segundo ele, durante esta semana serão definidas as indicações para a presidência e a relatoria da CPI da Petrobras.

Após a leitura do requerimento de instalação da CPI no plenário do Senado, na sexta-feira passada (15), houve rumores de que o PMDB não teria se empenhado junto ao governo para impedir a CPI.

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