15 de março de 2021

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O governador do Maranhão, Flávio Dino, cobrou da União o pagamento por leitos de UTI criados nos estados. Ele entrou na Justiça para assegurar o credenciamento das unidades de terapia intensiva, que foram desabilitadas no início deste ano.

Chegamos a ter apenas 300 pacientes com coronavírus internados no Maranhão em dezembro. Hoje vamos chegando a 2 mil novamente. Tivemos uma multiplicação por seis em dois meses, praticamente. São 1.568 leitos estaduais para coronavírus, fora municípios e rede privada. Com ocupação girando entre 80% e 90% há várias semanas — afirmou.

Segundo dados obtidos pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), dos 12 mil leitos financiados em dezembro do ano passado, a União reduziu o pagamento para apenas 3 mil em todo o país. O governador paulista João Doria, que também entrou na Justiça para assegurar o recredenciamento, classificou como “inacreditável” a postura do Ministério da Saúde.

A ministra Rosa Weber [do Supremo Tribunal Federal] solicitou ao Ministério da Saúde que dissesse por que não está cumprindo a determinação de homologar os leitos. O Ministério da Saúde disse à Procuradoria-Geral da República que está homologando. Mas não está. Vamos denunciar isso. Em São Paulo, estamos cobrindo o custo no momento mais crítico da pandemia. É inacreditável o Ministério da Saúde desobedecer a uma determinação da Corte Suprema no meio de uma pandemia — afirmou.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) demonstrou apreensão com o tema. “É algo que preocupa bastante, com o aumento dos casos que necessitam do tratamento com UTI. Creio que o governo federal pode ainda, mesmo que tardiamente, restabelecer essa relação de cooperação com os estados. O que assistimos ao longo do primeiro ano foi o confronto do governo federal com os governadores”, disse.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) alertou para o impacto da pandemia sobre o tratamento de outras enfermidades. “Quantas pessoas estão morrendo em consequência da covid? Os leitos hospitalares e UTIs estão todos à disposição da covid”, afirma.

“Conheço pessoas que estão há um ano com diagnóstico de câncer e não têm condição de ser operadas porque necessitam de leitos de UTIs de suporte e não têm. Essa chacina, esse genocídio é muito maior do que a gente está presenciando”, denunciou.

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