10 de agosto de 2021
O governador do Estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, anunciou nesta terça-feira (10), que renuncia ao cargo, após acusações de assédio sexual.
O governador renunciou devido a uma enxurrada de acusações de assédio sexual numa queda em desgraça um ano depois de ser amplamente saudado nacionalmente pelas suas instruções diárias detalhadas e liderança durante os dias mais sombrios da COVID-19.
A decisão do governador de três mandatos foi anunciada quando a Legislatura se preparava para removê-lo por impugnação. Isso aconteceu depois que a procuradora-geral de Nova Iorque divulgou os resultados de uma investigação que descobriu que Cuomo havia assediado sexualmente pelo menos 11 mulheres.
Os investigadores disseram que ele submeteu as mulheres a beijos indesejados; apalpou os seus seios ou nádegas ou tocou-as de forma inadequada; fez comentários insinuantes sobre a sua aparência e a sua vida sexual e criou um ambiente de trabalho "repleto de medo e intimidação".
A tenente-governadora Kathy Hochul, uma democrata de 62 anos e ex-membro do Congresso da área de Buffalo, vai tornar-se a 57ª governadora do estado e a primeira mulher a ocupar o cargo.
O escândalo da era #MeToo interrompeu não apenas uma carreira, mas também uma dinastia: o pai de Cuomo, Mario Cuomo, foi governador nas décadas de 1980 e 90, e o jovem Cuomo era frequentemente mencionado como um candidato em potencial a Presidente, um cargo que o seu pai pensou em alcançar. Mesmo com o escândalo crescendo, Cuomo planeava candidatar-se à reeleição em 2022.
Cuomo ainda enfrenta a possibilidade de acusações criminais, com vários promotores de todo o estado movendo-se para investigá-lo.
A série de acusações que causaram a queda do governador começou a desdobrar-se em reportagens em Dezembro passado e durou meses.
Cuomo chamou algumas das alegações de fabricadas, negando veementemente que tocou em alguém de forma inadequada. Mas ele reconheceu ter deixado algumas auxiliares desconfortáveis com comentários que pretendia ser brincalhões e pediu desculpas por alguns dos seus comportamentos.
Ele retratou alguns dos encontros como mal-entendidos atribuíveis a diferenças "geracionais ou culturais", uma referência em parte à sua educação numa afectuosa família italo-americana.
Quase todo o establishment democrata em Nova Iorque abandonou Cuomo nesta crise política do governador, não apenas por causa das acusações, mas também por causa da descoberta de que o seu governo havia ocultado milhares de mortes por COVID-19 entre pacientes de lares de idosos.
A investigação de assédio ordenada pela procuradora-geral e conduzida por dois advogados externos corroborou os relatos das mulheres e acrescentou outros novos. A publicação do relatório deixou o governador mais isolado do que nunca, com alguns dos seus partidários mais leais abandonando-o e o Presidente Joe Biden juntando-se aos que o convidaram a renunciar.
Na conferência de imprensa em que anunciou a sua demissão, Cuomo agradeceu à sua equipa, aos nova-iorquinos e pediu desculpas às mulheres que o acusaram, negando qualquer intenção de as deixar desconfortáveis.
Fonte
- ((pt)) Governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, renuncia — Voz da América, 10 de agosto de 2021
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