Bissau, Guiné-Bissau • 1 de março de 2009

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O chefe de Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Tagmé Na Waié, morreu este domingo, à noite, na sequência de um atentado à bomba contra as instalações daquela estrutura militar na capital de Guiné Bissau, antiga colónia de Portugal.

A informação foi confirmada à Agência Lusa pelo ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Artur Silva.

A explosão contra a zona de escritórios do quartel-general CEMFA da Guiné-Bissau terá provocado ainda alguns feridos.

No entanto, e apesar da aparente calma em Bissau, não foi possível apurar as reais consequências do atentado cuja autoria também não era conhecida.

O ministro da Defesa da Guiné-Bissau não adiantou outras informações sobre a morte do general, remetendo mais esclarecimentos para esta segunda-feira, depois da reunião de emergência convocada pelo governo.

Antes de ser conhecida por fontes não-oficiais a notícia da morte de Tagmé Na Waié, o porta-voz do CEMFA, comandante Arsénio Baldé, admitia "não ter ordens para falar sobre o assunto" enquanto a Polícia encerrava todas as ruas de Bissau que dão acesso ao quartel-general.

Os militares, por seu lado, mandaram encerrar a rádio privada Bonbolom, alegando questões de segurança - que, todavia, não especificaram - dos jornalistas que estavam a relatar a explosão.

O corpo do general Tagmé Na Waié foi recuperado dos escombros e transportado para as instalações da Força Aérea, em Bissalanca, perto do aeroporto internacional Osvaldo Vieira.

Preocupação

O Governo do Cabo Verde, também antiga colónia de Portugal, está a acompanhar "com preocupação" o evoluir da situação na Guiné-Bissau, tendo já tido conhecimento da morte do CEMGFA guineense, vítima no domingo de um atentado à bomba em Bissau, disse hoje o primeiro-ministro de Cabo Verde.

"O Governo de Cabo Verde já tomou conhecimento do que se passa em Bissau e está a acompanhar a situação com preocupação", disse José Maria Neves, citado pela publicação A Semana Online, ao comentar a morte de Tagmé Na Waié.

"Estamos a analisar a situação e, em função da evolução do caso, poderemos tomar uma posição", acrescentou.

Segundo A Semana, a situação nos meios castrenses é "particularmente tensa e confusa", com "alguns sectores a prometerem sair à rua para vingar a morte" do chefe do Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da Guiné-Bissau.

Até agora, segundo A Semana, ninguém reivindicou o atentado, não se sabendo ao certo se o caso tem a ver com a velha rivalidade entre o Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, e Tagmé Na Waié, ou se por trás não estarão implicados os barões da droga que, nos últimos anos, praticamente tomaram o país de assalto.

Fontes