Agência Brasil

Toulouse

Toulouse • 21 de março de 2012

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O principal suspeito do ataque à escola judaica em Toulouse, na França, Mohamed Merah, de 24 anos, comprometeu-se hoje (21) com os policiais que cercam o prédio onde está que irá se entregar até o fim da tarde. O objetivo é capturá-lo vivo. “Ele [o suspeito] está mantendo o diálogo com um oficial da polícia e diz, mas não sei se fala a a verdade, que se vai entregar ainda hoje”, disse o ministro do Interior da França, Claude Gueant.

De origem argelina, mas de nacionalidade francesa, o jovem se disse integrante da rede terrorista Al Qaeda. Ele é o principal suspeito de ser o responsável pelo ataque anteontem (19) à escola judaica Ozar Hatorah e a um grupo de militares. No ataque à escola, quatro pessoas morreram – o professor de religião e rabino, além de três crianças.

Desde a madrugada de hoje policiais de elite cercam o prédio no qual vive o suspeito. Na operação, três policiais foram feridos. Eles chegaram a entrar no prédio, depois de serem recebidos a tiros. Há informações também que o jovem passou por treinamentos militares no Paquistão e no Afeganistão, onde chegou a ser preso em Kandahar, no Sul do país. A polícia interrogou o irmão dele, considerado peça importante para o esclarecimento dos fatos.

As investigações avançaram após a identificação do computador do irmão do suspeito, no qual ficou registrado um encontro com a primeira vítima do atirador, um militar de Toulouse que colocou sua moto à venda em um site na internet. No momento do encontro, o militar, de 30 anos, foi morto a tiro à queima-roupa.

O objetivo, segundo os oficiais que comandam a operação, é capturar o suspeito vivo. “A preocupação principal da polícia é apanhar o suspeito vivo, para levá-lo à Justiça”, disse o ministro do Interior. O ataque à escola gerou comoção na França e em Israel. Mais de mil pessoas vestidas de preto foram ao cemitério de Givat Shau, nos arredores de Jerusalém, para acompanhar os enterros das quatro vítimas.

O reitor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, apelou hoje aos franceses para “não estigmatizar” os muçulmanos na França devido aos ataques que ocorreram ao longo dos últimos dias na região de Toulouse. Segundo ele, os muçulmanos na França são “pacíficos, responsáveis, não violentos e integrados à sociedade” francesa.

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