19 de fevereiro de 2008

O ex-presidente Fidel Castro.
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Fidel Castro, de 81 anos, renunciou nesta terça-feira à Presidência de Cuba e a seu cargo de comandante do Partido Comunista após 49 anos na liderança. Fidel, que encabeçou a Revolução Cubana de 1º de janeiro de 1959, já havia transferido seus poderes ao irmão, Raúl Castro, 76 anos, em meados de 2006, quando se afastou do comando da ilha por motivo de doença.

Em um artigo publicado no jornal estatal "Granma", Fidel disse que não poderia mais se dedicar a algo para o qual não está fisicamente preparado. "Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso", afirmou.

Repercussão

União Européia

Javier Solana, chefe da diplomacia da União Européia disse que tem o desejo de que a renúncia leve o país rumo a uma transição "pacifica e rápida". Disse que "a decisão, se for bem feita, poderá encaminhar a Cuba a um processo de transição pacífica e rápida, que será favorável à ilha e aos cubanos".

Reino Unido

O porta-voz do primeiro-ministro Gordon Brown afirmou que Cuba tem a partir de agora "uma oportunidade para fazer progresso em direção a uma transição pacífica para uma democracia pluralista". Ele acrescentou entretanto que "este é um assunto do povo cubano".

Espanha

A secretária espanhola para assuntos latino-americanos, Trinidad Jiménez, declarou que a renúncia de Fidel deve reforçar a capacidade de seu irmão, Raúl Castro de implementar um "projeto de reformas na ilha". "Agora Raúl Castro poderá assumir com mais capacidade, solidez e confiança este projeto de reformas, do qual, insisto, ele mesmo comentou", afirmou a secretária. "Creio que isto poderia começar a se materializar."

Itália

O secretário de Estado de Exteriores para a América Latina, Donato Di Santo, pediu hoje para as autoridades iniciarem "uma transição democrática, que assegure estabilidade, soberania, respeito aos direitos humanos, defesa das conquistas sociais e pluralismo". Também pediu para a comunidade internacional ajude os dirigentes cubanos "a ir nesta direção", e acrescentou que a União Européia teria que "abolir as sanções e abrir um dialogo crítico com Cuba"[1].

França

O secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Jean-Pierre Jouyet, afirmou que "a França espera que a decisão de Fidel Castro de renunciar à presidência de Cuba abra um novo caminho e que exista mais democracia neste país"[2].

Estados Unidos

O presidente americano, George W. Bush, disse esperar que o anúncio da renúncia de Fidel signifique o início de uma "transição democrática" em Cuba. Também disse que "os Estados Unidos vão ajudar o povo de Cuba a conseguir sua liberdade".

Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que respeita a decisão de Fidel Castro de renunciar. Lula afirmou que teve a impressão que Fidel já se preparava para esse momento na última visita que fez a Cuba. "Isso bate com impressão que tive quando visitei ele pouco tempo atrás. Ele estava com condições, pelo menos de cabeça, de reassumir o governo. Ele tinha um problema na perna. Voltei com impressão que Fidel analisava a situação política e criando condições para isso acontecer", afirmou Lula. Por fim, disse que nenhum país deve dar palpite sobre o futuro político de Cuba. Segundo ele, "cada um deve cuidar do próprio nariz".

Referências

  1. Itália espera transição democrática em Cuba
  2. França e Espanha esperam mudanças em Cuba

Fontes