28 de abril de 2018
A ex-presidente do Malawi, Joyce Banda, regressou neste sábado, 28 de Abril, ao seu país, aclamada por seus partidários, depois de quatro anos de exílio precipitado por acusações de corrupção, mas sem entregar quaisquer pistas imediatas sobre suas ambições políticas.
A segunda mulher da história a liderar um país africano, Banda, de 68 anos, chegou ao aeroporto internacional de Blantyre, capital económica do Malawi, num voo de Joanesburgo, África do Sul, no início da tarde.
Várias centenas de militantes, vestindo a cor laranja de seu Partido Popular (PP), receberam-na cantando "Nossa mãe está aqui, a luz deve retornar".
"Agradeço a Deus e continuarei a agradecê-lo por seu amor e apoio. Obrigada a todos vocês pelo apoio", declarou a ex-chefe de Estado.
Faltando um ano para as eleições gerais marcadas para Maio de 2019, Joyce Banda, que continua a presidir o PP, confirmou a sua vontade de fazer política, mas não detalhou as suas possíveis ambições pessoais.
No domingo, ela deve discursar num comício em Malosa (centro), segundo a sua porta-voz Andekunye Chanthunya.
Banda foi capaz de voltar para seu país sem obstáculos, apesar da existência de um mandado de prisão emitido em 2017 por causa das acusações contra ela no caso conhecido como "Cashgate" que abalou o país em 2013 e precipitou a sua derrota eleitoral em 2014.
O escândalo explodiu em 2013, quando uma auditoria internacional constatou que 30 milhões de dólares tinham sido desviados dos cofres públicos em benefício de dezenas de autoridades, empresários e líderes políticos.
Este escândalo contribuiu amplamente para a derrota de Joyce Banda na eleição presidencial de 2014, vencida pelo seu ex-aliado, o actual presidente Peter Mutharika, que prometeu erradicar a corrupção.
O Banco Mundial só voltou a ajudar o Malawiem Maio de 2017 por meio de um empréstimo de US$ 80 milhões.
Pela primeira vez desde 2011, milhares de manifestantes tomaram as ruas do Malawi na sexta-feira para denunciar a corrupção do governo Mutharika.
Joyce Banda tornou-se a primeira mulher Presidente do Malawi em 2012, após a morte de Bingu wa Mutharika, irmão de seu sucessor, de quem era vice-presidente.
Desde que deixou o país após a sua derrota eleitoral dois anos depois, ela dividiu o seu tempo entre os Estados Unidos, a África do Sul e o Reino Unido.
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Fonte
- ((pt)) Redação VOA. Ex-presidente do Malawi volta do exílio — Voz da América, 28 de abril de 2018
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